Bovespa emenda sétimo dia de ganhos, em maior nível dos 19 meses 05/01/2010
- Folha Online
A Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) emendou o seu sétimo dia de ganhos na jornada desta terça-feira, mantendo-se em seu maior preço dos últimos 19 meses. Boas notícias para a Vale puxaram o mercado brasileiro de ações, na contracorrente da realização (vendas) vista nas Bolsas americanas. A taxa de câmbio doméstica cravou R$ 1,73.
Desde o dia 21 de dezembro, data do último pregão em que a Bolsa de Valores fechou com perdas, as ações já subiram 7,6%.
O Ibovespa, índice que reflete os preços das ações mais negociadas, subiu 0,28%, aos 70.239 pontos. O giro financeiro foi de R$ 7,11 bilhões, acima da média de dezembro. Ainda aberta, a Bolsa de Nova York retrocede 0,11%.
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Somente a ação preferencial da Vale movimentou perto de R$ 1 bilhão em negócios no pregão de hoje. Investidores se entusiasmaram com a notícia de que os preços do minério de ferro tiveram forte alta no mercado chinês para entrega no curto prazo. O valor do papel subiu 1,40%, para R$ 44,14, contribuindo para que a Bolsa brasileira encerrasse o dia com sinal positivo.
"Essa notícia ajudou a alimentar as especulações de que a Vale, quando negociar com os chineses, pode conseguir reajustes acima de 20% [no preço do minério para contratos de longo prazo]", relata José Antônio Motta, gerente de operações da corretora Amaril Franklin.
Em dezembro passado, a Cisa (Associação de Ferro e Aço da China, na sigla em inglês) projetou um aumento de 20% a 30% nos preços do minério de ferro para os contratos de longo prazo de 2010.
O dólar comercial foi vendido por R$ 1,731, em alta de 0,63%. A taxa de risco-país marca 197 pontos, número 3,17% acima da pontuação anterior.
Entre as principais notícias do dia, o Departamento de Comércio dos EUA informou nesta terça-feira um incremento de 1,1% em novembro nas encomendas ao setor industrial. Economistas do setor financeiro projetam crescimento de somente 0,5%.
Essa notícia ajudou a animar os investidores lá fora, "embalados" com os bons indicadores divulgados ontem na China, Europa e também nos EUA, que sinalizaram recuperação do setor manufatureiro. O setor imobiliário americano, no entanto, jogou um "balde de água fria" no otimismo de uma parcela do mercado.
A influente NAR (Associação Nacional dos Corretores de Imóveis, na sigla em inglês) revelou que as vendas de casas pendentes caíram 16% em novembro, uma contração muito pior do que o esperado. Trata-se do primeiro declínio nesse segmento após nove meses consecutivos de aumento.
Empresas
O mercado aguardou durante o dia a confirmação da compra da Quattor Petroquímica pela Petrobras e pela Odebrecht. Os ativos da empresa serão incorporados na Braskem. O anúncio encerraria uma negociação iniciada em agosto do ano passado e concluiria o plano do governo Lula de criar uma superpetroquímica nacional. Com a operação, a Braskem se consolidaria como a maior empresa petroquímica da América Latina. A empresa reforçou hoje que está em negociações. Analistas ainda aguardam novidades no restante da semana.