Bovespa perde 0,92% nos primeiros negócios; dólar atinge R$ 1,74 07/01/2010
- Folha Online
As ações brasileiras são negociadas com perdas desde os primeiros negócios desta quinta-feira. Para analistas, na jornada de hoje a cautela deve ser o sentimento dominante: boa parte dos investidores deve aguardar a divulgação dos resultados do "payroll" (relatório sobre emprego nos EUA), previsto para amanhã. Outros profissionais de mercado ainda manifestaram preocupação com a alta de juros chinesa e a quedas nas vendas no varejo europeu.
Os oito dias de ganhos consecutivos também podem estimular alguma realização, mas alguns analistas estão surpresos com o fluxo constante de capital estrangeiro. A taxa de câmbio doméstica marca R$ 1,74.
O Ibovespa, principal índice de ações da Bolsa paulista, retrai 0,92%, aos 70.081 pontos. Ontem, a Bolsa teve avanço de 0,70%.
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O dólar comercial é vendido por R$ 1,748, em alta de 0,51%. A taxa de risco-país marca 190 pontos, número 0,52% acima da pontuação anterior.
As principais Bolsas asiáticas fecharam em baixa, devido à expectativa dos investidores pelos dados da economia americana previstos para amanhã. Em Tóquio, o índice Nikkei cedeu 0,46% no fechamento; em Hong Kong, o índice Hang Seng perdeu 0,66%. Na Europa, a Bolsa de Londres retrai 0,16%, enquanto a Bolsa de Frankfurt recua 0,54%.
Entre as primeiras notícias do dia, o Banco do Povo da China (banco central do país) surpreendeu o mercado elevou as taxas de juros praticadas no curto prazo (títulos de três meses). Economistas se dividiram em torno da medida: para uns, significa que a autoridade monetária asiática está disposta a tomar medidas mais efetivas para conter a inflação; para outros, significa apenas que o BC chinês quer evitar uma concessão exagerada de empréstimos.
O Banco Central britânico seguiu o roteiro esperado por muitos analistas e manteve a taxa básica de juros em 0,50% ao ano, a menor da história. A autoridade monetária também manteve seu programa para injetar recursos novos no sistema financeiro, de modo a estimular a concessão de crédito.
A Comissão Europeia apontou um aumento na confiança dos cidadãos na economia dos 16 países que fazem parte da zona do euro, com o aumento do otimismo na indústria, no setor de serviços e entre os consumidores. Entre outros indicadores importantes, o Reino Unido registrou uma queda de 6,4% na venda de carros novos em 2009; e a Alemanha contabilizou um recuo de 1,1% nas vendas do setor varejista em novembro.
No front doméstico, o IBGE anunciou que a safra de grãos em 2010 deve atingir 140,7 milhões de toneladas, crescimento de 5,2% ante 2009. A produção do ano passado foi estimada em 133,8 milhões de toneladas, a segunda maior da série histórica.
O mercado aguarda o relatório do governo americano sobre a demanda por auxílio-desemprego, um importante termômetro do mercado de trabalho local. Amanhã, o Departamento do Trabalho revela o fundamental "payroll", relatório com o número de vagas abertas e fechadas em dezembro, bem como a taxa de desemprego do período.
Para muitos analistas, o ritmo de recuperação dos empregos será o fator decisivo para o "Fed" (o banco central americano) mexer nos juros básicos da economia, hoje mantidos em nível próximo de zero.