Comunidade internacional prepara ajuda emergencial ao Haiti após terremoto 12/01/2010
- Folha Online com agências internacionais
A comunidade internacional prepara-se para ajudar o Haiti após um forte terremoto ter atingido o país nesta terça-feira. Não há confirmação de número de mortos e feridos, mas os relatos apontam para grande destruição na capital, Porto Príncipe, que tem um milhão de habitantes. A cidade é distante 16 quilômetros do centro do sismo, que teve magnitude 7, segundo o Serviço geológico dos Estados Unidos.
Segundo relato de testemunhas, o terremoto devastou o centro da capital, incluindo o Palácio Nacional, a Catedral e a sede das Nações Unidas. Fontes médicas dizem esperar centenas de mortos.
O Haiti é o país mais pobre do Ocidente. O Brasil comanda cerca de 7.000 soldados da força de paz da ONU (Organização das Nações Unidas) no Haiti, enviada ao país em 2004, e tem cerca de 1.300 homens na região. Segundo o Ministério de Relações Exteriores, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva está "muito preocupado" com a situação dos brasileiros e do povo haitiano em geral e aguarda informações mais concretas para definir quais providências serão tomadas.
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O BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) anunciou um subsídio de emergência de US$ 200 mil para fornecer comida, água, remédios e abrigo para as vítimas do terremoto, que poderia ter causado centenas de mortos, disseram testemunhas.
"Estamos acompanhando de perto a situação e estamos prontos para ajudar o Haiti a lidar com esta catástrofe", disse o presidente do banco, Luis Alberto Moreno. "Estamos em contato com outros doadores, para partilhar informações e coordenar as ações de resposta."
A ONU (Organização das Nações Unidas) anunciou que está preparando um enorme esforço internacional no Haiti, enquanto seus funcionários tentavam em vão entrar em contato com seus representantes no país. As comunicações no país foram afetadas.
"Tentamos entrar em contato com as nossas equipas no terreno, mas temos problemas de comunicação, o que não é surpreendente depois de uma catástrofe como essa", disse o porta-voz do Escritório de Coordenação dos Assuntos Humanitários (OCHA), Stephanie Bunker.
Bunker disse que a OCHA tinha enviado mensagens de aviso para diferentes locais diferentes em todo o mundo com o objetivo de preparar uma mobilização excepcional de ajuda ao Haiti.
O porta-voz da ONU Martin Nesirky sublinhou que os problemas de comunicação impedem um quadro preciso dos danos.
O governo francês também se prepara para enviar ajuda de emergência ao Haiti, anunciou o chanceler Bernard Kouchner, em um comunicado.
"Nestes momentos dramáticos, a França manifesta a sua total solidariedade com a República do Haiti e envia um forte testemunho de simpatia e solidariedade para com o povo haitiano", disse o ministro.
Logo após o terremoto, o presidente americano, Barack Obama, disse que seus "pensamentos e orações" estão com o povo do Haiti e prometeu ajudar "em tudo o que puder".
"Nós estamos monitorando de perto a situação e estamos prontos para ajudar o povo do Haiti", disse Obama em um comunicado.
O governo americano informou que o Departamento de Estado, a Usaid (sigla em inglês da agência do governo americano para ajuda externa) e os militares do país estavam trabalhando para coordenar uma avaliação da situação e toda a assistência possível.