Bovespa fecha em alta de 0,61% em sessão marcada por ausência de NY 18/01/2010
- Folha Online
A Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) iniciou a semana recuperando terreno, mas sem retomar o nível dos 70 mil pontos estabelecido na abertura deste ano. A agenda econômica do dia teve poucos destaques, com a ausência dos mercados americanos por conta de um feriado local (Martin Luther King Jr. Day). Analistas destacaram a expectativa pelos números da economia chinesa. A taxa de câmbio doméstico chegou a bater R$ 1,78, mas retrai para R$ 1,76 no encerramento das operações.
O Ibovespa, principal índice de ações da Bolsa paulista, valorizou 0,61% no fechamento, aos 69.400 pontos. O giro financeiro foi de R$ 9,80 bilhões, inflado pelo tradicional vencimento de opções, que teve volume superior a R$ 5 bilhões. As Bolsas europeias fecharam em alta, a exemplo de Londres (0,72%) e Frankfurt (0,72%).
O dólar comercial foi cotado por R$ 1,767, em queda de 0,28%. A taxa de risco-país marca 209 pontos, número 0,48% acima da pontuação anterior.
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Somente o vencimento de opções na Bolsa de Valores movimentou R$ 5,25 bilhões, sendo R$ 4,37 bilhões em opções de compra. O contrato de maior volume financeiro foi a opção para compra de Vale PNA (ação preferencial) por R$ 39,58 (giro de R$ 570,9 milhões), seguido pela opção de compra de Vale PNA por R$ 41,48 (R$ 555,8 milhões) e a opção de compra de Vale PNA por R$ 43,58 (R$ 554,4 milhões).
Opções são contratos em se negociam direitos de compra ou de venda de um ativo financeiro (como ações ou dólar, por exemplo), e que devem ser exercidos até um determinado prazo. No dia do vencimento desses direitos, o giro de negócios sobe fortemente, adicionando volatilidade aos negócios regulares da Bolsa.
Hoje, a ação preferencial da Vale teve valorização de 1,21%, sendo cotada a R$ 46,70, e movimentando R$ 630,8 milhões. A ação preferencial da Petrobras teve negócios de R$ 840,7 milhões, sendo cotada por R$ 36,55, em alta de 2,23%.
A agenda de indicados ganha peso principalmente a partir de amanhã, mas o evento mais esperado da semana será na quinta-feira, quando o governo chinês divulga uma série de indicadores fundamentais.
"As atenções estarão voltadas mesmo é para os números que a China anunciará, principalmente na quinta-feira, quando esse país divulga a produção industrial e as vendas no varejo, ambos de dezembro, além do PIB do quarto trimestre de 2009, afirma Patrícia Branco, gestora da Global Equity, em comentário distribuído nesta segunda. A especialista lembra que o mercado espera uma expansão de 10,8% da economia chinesa para o último trimestre do ano passado.
Entre as principais notícias do dia, o boletim Focus, preparado pelo Banco Central, revelou que a maioria dos economistas de bancos e corretoras ajustou para cima suas projeções para a taxa Selic deste ano --de 11% ao ano para 11,25% -- A taxa está atualmente em 8,75%.
O Ministério do Desenvolvimento apontou deficit comercial (importações maiores que exportações) de S$ 592 milhões na segunda semana do ano. Com isso, 2010 acumula um deficit de US$ 967 milhões na conta comercial, resultado de US$ 5,913 bilhões importados e US$ 4,946 exportados.
A FGV apontou inflação de 0,78% na segunda semana de janeiro, pela leitura do IPC-S (Índice de Preços ao Consumidor - Semanal), calculado até o dia 15. O indicador é 0,27 p.p. (ponto percentual) maior que o observado na divulgação anterior.
No front externo, a AIE (Agência Internacional de Energia) advertiu que o provável fim dos estímulos econômicos concedidos no auge da crise mundial afeta a recuperação dos preços da petróleo. E a OMC (Organização Mundial do Comércio) apontou que a "tentação protecionista" alimentada durante a pior fase da crise pode ganhar ímpeto com a persistente deterioração do mercado de trabalho.