Itamaraty confirma morte de mais uma civil no Haiti; brasileiros mortos são 21 20/01/2010
- Folha Online
O Ministério de Relações Exteriores do Brasil confirmou na manhã desta quarta-feira que uma brasileira com cidadania europeia morreu no terremoto de magnitude.7 que devastou o Haiti no último dia 12. O número de vítimas brasileiras na tragédia sobe assim para 21, 18 militares e três civis.
Na sexta-feira passada (15), o ministro de Defesa, Nelson Jobim, declarou haver três civis brasileiros mortos no Haiti, ao desembarcar em Brasília de uma viagem ao Haiti. O governo brasileiro, contudo, não confirmava a informação.
Os outros dois civis são a médica Zilda Arns, fundadora da Pastoral da Criança, e o chefe-adjunto civil da missão da ONU, Luiz Carlos da Costa, cujo corpo foi encontrado no sábado (16).
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Segundo o Itamaraty, a família da brasileira pediu para que seus dados pessoais não fossem divulgados. O ministério diz apenas que ela estava em Porto Príncipe, capital do Haiti, no momento do terremoto, e que deve ser enterrada na Europa.
O Comando do Exército informou também nesta quarta-feira a morte do major Márcio Guimarães Martins, último militar brasileiro ainda tido como desaparecido após o terremoto do último dia 12.
O major Guimarães servia na Brigada de Infantaria Paraquedista e servia no Haiti como oficial de Estado Maior do Batalhão de Infantaria de Força de Paz no Haiti (Brabatt). Ele é o 18º militar de brasileiro cuja morte foi confirmada em razão do terremoto.
O ministro Jobim chegou a falar que era "eufemismo" citar desaparecidos na tragédia.
O Brasil mantém 1.266 militares no Haiti, que formam a força da missão de paz da ONU (Organização das Nações Unidas) de cerca de 9.000 homens, enviada ao país em 2004 para garantir a estabilidade do país, após um golpe de Estado.
Corpos
Os corpos de 17 militares cuja morte já estava confirmada devem chegar a Brasília nesta quinta-feira.
A aeronave C-130 da FAB (Força Aérea Brasileira) que trouxe os corpos do Haiti aterrissou nesta quarta-feira em Manaus, onde os corpos devem passar por um processo de complemento à conservação dos corpos no IML (Instituto Médico Legal).
Após esse processo, os 17 corpos seguem para a Base Aérea de Brasília, onde uma cerimônia de homenagem aos militares deve ocorrer, com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Também devem ser convidados familiares das vítimas.
Segundo o Exército, não há previsão para a chegada do corpo do major Martins.
Tragédia
O terremoto aconteceu às 16h53 do último dia 12 (19h53 no horário de Brasília) e teve epicentro a 15 quilômetros de Porto Príncipe, a capital do país, que ficou virtualmente devastada. O Palácio Nacional e a maioria dos prédios oficiais desabaram. O mesmo aconteceu na sede da missão de paz da ONU no país, a Minustah, liderada militarmente pelo Brasil.
Ainda não há um dado preciso do total de mortos. A Organização Pan-Americana de Saúde, ligada à ONU, afirma que podem ter morrido cerca de 100 mil pessoas. Já a Cruz Vermelha estima o número de mortos entre 45 mil e 50 mil.
O governo do Haiti já chegou a estimar em 200 mil o número de mortos. A Direção da Proteção Civil haitiana afirmou nesta terça-feira que o terremoto deixou 75 mil mortos, 250 mil feridos e um milhão de desabrigados. Nos seus balanços, o governo tem contabilizado os corpos que teriam sido enterrados.