DIA A DIA

Dólar fecha a R$ 1,79, maior taxa do ano; Bovespa retrocede 2,60%
20/01/2010 - Folha Online

Em um dia nervoso para os mercados mundiais, o preço da moeda americana bateu o seu maior nível desde 17 de dezembro. Preocupações com a China e vários indicadores americanos, tendo por destaque o PPI (inflação do atacado) deixaram os agentes financeiros, que correram para o dólar como precaução.

Assim, o dólar comercial foi cotado por R$ 1,790 na venda, em um avanço de 1,12%. As taxas oscilaram entre R$ 1,795 e R$ 1,782. Nas casas de câmbio paulistas, o dólar turismo foi vendido por R$ 1,890, em um acréscimo de 0,63%.

A Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) opera com perdas de 2,60%, aos 68.089 pontos. O giro financeiro é de R$ 6,05 bilhões. Nos EUA, a Bolsa de Nova York recua 1,53%.


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Desde o início da semana, os agentes financeiros operam sob expectativa dos fundamentais dados da economia chinesa que devem ser divulgados na madrugada de quinta-feira. Um das "locomotivas" da economia global, o país asiático vai abrir os números do PIB, vendas do varejo, inflação e produção industrial. Hoje, prevaleceram as expectativas mais pessimistas para esses indicadores, o que contribuiu para derrubar as Bolsas de Valores e puxar a taxa cambial.

Para completar o dia, a economia americana também não trouxe notícias melhores: os investidores reagiram mal aos balanços de grandes bancos divulgados hoje. E a inflação de dezembro (PPI) ficou acima das expectativas dos analistas -- uma variação de 0,2%, após uma forte alta de 1,8% em novembro.

"Tem muita gente preocupada com os indicadores que vão sair na China, como os números sobre a produtividade da economia. Além disso, o mercado [de câmbio] nesse mês de janeiro ainda está muito tranquilo, e acho que tem muita gente na BM&F [mercado futuro], que ganha com o dólar mais alto, puxando essas taxas", comenta Luiz Carlos Baldan, diretor da corretora de câmbio Fourtrade.

Entre outras notícias influentes do dia, o Banco Central informou que o país teve um deficit em transações correntes de US$ 24 bilhões em 2009. Em dezembro, o resultado foi deficitário em US$ 5,94 bilhões, muito acima do alguns economistas do setor financeiro esperavam (projeção de US$ 3,5 bilhões).

Ainda segundo o BC, os investidores estrangeiros aplicaram um valor recorde de US$ 46 bilhões no mercado financeiro doméstico no ano passado.

Juros futuros

O mercado de juros futuros, que sinaliza o custo do dinheiro para os bancos, ajustou para cima as taxas projetadas nos contratos de prazo mais longo.

No contrato que aponta os juros para outubro de 2010, a taxa prevista passou de 9,78% ao ano para 9,79%; no contrato de janeiro de 2011, a taxa projetada subiu de 10,32% para 10,33%. Esses números ainda são preliminares e podem sofrer ajustes.

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