Álcool sobe 9,75% em um mês e mantém vantagem apenas em MT 22/01/2010
- Cirilo Junior - Folha Online
A redução do percentual de álcool misturado na gasolina ainda não teve o efeito esperado nos preços, de acordo com o levantamento semanal da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), divulgado nesta sexta-feira.
A pesquisa mostra que o litro do álcool combustível subiu, esta semana, 2,26% na média de todo o país, custando, em média, R$ 1,948. Nas últimas quatro semanas, o álcool ficou 9,75% mais caro, em todo o país.
O único Estado onde o álcool ainda é vantajoso é o Mato Grosso, com relação de 62%. O litro do combustível custa R$ 1,708, enquanto o da gasolina sai por R$ 2,713.
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A mistura do álcool acaba influenciando também o preço da gasolina, cujo litro aumentou 0,43% na semana passada, custando, em média, R$ 2,585. Nas últimas quatro semanas, o combustível subiu 1,45%.
Com a redução da quantidade de álcool misturada à gasolina, o governo espera disponibilizar maior quantidade do combustível renovável no mercado, cuja oferta está prejudicada nos últimos meses.
A alegação dos usineiros é que as fortes chuvas vêm prejudicando a produção. Ao mesmo tempo, a maior demanda por açúcar no mercado internacional vinha fazendo com que parte da produção de cana de açúcar estivesse sendo direcionada para a produção da commodity.
Rio e SP
Em São Paulo, principal centro consumidor do país, o processo de alta no preço do litro do álcool perdeu força. Esta semana, ficou 0,49% mais caro, aponta a ANP. O preço médio nos postos paulistas já é de R$ 1,824. Se for levado em conta as últimas quatro semanas, o álcool ficou 9,22% mais caro.
Já litro da gasolina apresentou queda nos postos de São Paulo, custando, em média, R$ 2,494, retração de 1,16% em relação ao que era observado na semana passada.
Ainda assim, continua sendo desvantajoso abastecer o carro com álcool em São Paulo, já que o litro do álcool representa 73,13% do preço cobrado pela gasolina nos postos paulistas.
Cálculos de especialistas, baseados no poder calorífico dos combustíveis, apontam que o álcool é competitivo até chegar a 70% do preço da gasolina.
Para fazer a conta, deve-se dividir o preço do álcool pelo da gasolina. Se o resultado ficar acima de 0,70, o álcool deixa de ser vantajoso.
No Rio de Janeiro, o preço médio do litro do álcool já ultrapassou os R$ 2 e disparou esta semana. Segundo o levantamento da ANP, o preço médio é de R$ 2,137, alta de 6,64% em relação a semana anterior. Nas últimas quatro semanas, o álcool subiu 13,13% nas bombas dos postos fluminenses.
O litro da gasolina já custa, em média, R$ 2,700 no Rio de Janeiro. Na comparação com a pesquisa da semana passada, verifica-se alta de 3,49%. No Rio, o preço do álcool já representa 79% do litro da gasolina. Com isso, usar álcool, também no Rio, já é desvantajoso para o consumidor.