Bovespa reinicia semana com perdas de 1,24%; dólar mantém R$ 1,83 26/01/2010
- Folha Online
A Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) retoma suas atividades em uma semana mais curta, devido ao feriado de ontem, já operando em terreno negativo desde a abertura dos negócios. Preocupações com a China e a economia americana, além da expectativa pelo Copom, influenciam os investidores nesta terça-feira. A taxa de câmbio doméstica atinge R$ 1,83.
O Copom (Comitê de Política Monetária) começa hoje o primeiro do dos dias de reunião necessários para definir a nova taxa básica de juros do país, referência para o custo dos empréstimos a consumidores e empresas. Economistas esperam que o Comitê mantenha a atual taxa (8,75% ao ano), mas já sinalize desde já um ajuste nos juros nos próximos meses, possivelmente a partir de abril. E também amanhã, o Federal Reserve (banco central dos EUA) indica o novo juro básico americano, hoje mantido próximo de zero.
O Ibovespa, termômetro dos negócios da Bolsa paulista, desvaloriza 1,24%, aos 65.400 pontos. Na sexta, a Bovespa fechou em baixa de 0,08%.
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O dólar comercial é vendido por R$ 1,835, em um avanço de 0,82%. A taxa de risco-país marca 219 pontos, número 0,92% acima da pontuação anterior.
As principais Bolsas asiáticas caíram hoje, sob o temor de que o governo chinês anuncie novas medidas para conter o crescimento do crédito. Em Tóquio, o índice Nikkei teve recuo de 1,78% no fechamento; em Hong Kong, o índice Hang Seng cedeu 2,38%. Na Europa, a Bolsa de Londres sofre perda de 0,23%; em Frankfurt, o índice Dax retrai 0,10%.
A agência Standard & Poor's rebaixou a perspectiva para a nota de risco de crédito ("rating") do Japão, indicando que em sua próxima revisão pode piorar a classificação dos títulos e bônus desse país asiático. A agência citou preocupações com a situação fiscal, mas manteve o "rating" em seu alto nível atual (AA).
Entrou em vigor hoje medida do governo chinês que determina o aumento do recolhimento compulsório de recursos bancários, o que tira dinheiro de circulação da economia e desincentiva a concessão de empréstimos.
Entre as principais notícias do dia, a FGV (Fundação Getulio Vargas) apontou inflação de 1,43% na cidade de São Paulo, pela leitura do IPC-S (Índice de Preços ao Consumidor - Semanal) até o dia 22.
O Tesouro Nacional informou que a dívida pública do país atingiu a casa do R$ 1,49 trilhão em 2009 -- um crescimento de 7,16% em relação a 2008 --, em linha com as metas do governo.
No setor corporativo, a Apple (tecnologia da informação) revelou um lucro líquido de US$ 3,38 bilhões entre outubro e dezembro de 2009 -- primeiro trimestre do ano fiscal da empresa, número 50% superior ao resultado para o mesmo período de 2008. Já a Dupont conseguiu reverter os prejuízos de 2008 e apurou ganho de US$ 441 milhões, ou US$ 0,48 por ação, no quarto trimestre do ano passado.
O mercado aguarda para as próximas horas a pesquisa S&P/Case Shiller sobre os preços dos imóveis nos EUA, além de uma sondagem sobre a confiança do consumidor americana na economia, um indicador influente sobre sua disposição para voltar às compras.