DIA A DIA

Em dia agitado no mercado mundial, Bovespa fecha em queda de 0,35%
19/02/2010 - Folha Online

Após um período inicial de nervosismo, os mercados mundiais absorveram o choque com a decisão inesperada do banco central americano de ontem à noite. A reação das Bolsas lá fora, no entanto, não foi suficiente para evitar que a Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) encerrasse o pregão desta sexta-feira em terreno negativo. A taxa de câmbio doméstica recuou para R$ 1,80, em seu menor nível desde 21 de janeiro.

O Ibovespa, índice que reflete os preços das ações mais negociadas, perdeu 0,35% no fechamento, aos 67.597 pontos. O giro financeiro foi de R$ 5,29 bilhões. Ainda operando, a Bolsa de Nova York sobe 0,11%.

O dólar comercial foi trocado por R$ 1,805, em um declínio de 0,98%. A taxa de risco-país marca 209 pontos, número 1,45% acima da pontuação anterior.


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Surpreendendo a todos, o Federal Reserve elevou os juros da 'taxa de redesconto', utilizada em empréstimos de emergência para bancos, na noite de ontem. Na manhã seguinte, as Bolsas asiáticas foram os primeiros mercados a acusar o golpe, numa reação que se estendeu às praças europeias e americanas. Logo, no entanto, ficou claro que os investidores "esfriaram a cabeça" e passaram a reagir de maneira mais moderada à medida.

Como se referiu um banco americano, foi o uso das palavras "aumento" e "juros" em uma mesma sentença que assustou os analistas. Hoje, está consolidada a percepção de que a autoridade monetária americana deve mexer nos juros básicos da economia (os chamados "fed funds") provavelmente neste. A velocidade desse ajuste é hoje uma das maiores preocupações em bancos e corretoras, por causa de seus efeitos nas Bolsas de Valores, moedas e commodities (matérias-primas).

Economistas avaliaram que a medida do "Fed" não significava um aperto da política monetária. "Essa ação não sinaliza que um aumento da taxa de juros básica (...) é iminente", afirma a equipe de analistas do Bank of America. "Nós continuamos a esperar que o Fomc [equivalente americano do Copom) não vai elevar os juros antes do início de 2011", acrescenta, em relatório sobre a decisão do Fed.

Inflação

Entre as principais notícias do dia, o CPI (Índice de Preços ao Consumidor, na sigla em inglês) teve uma variação de 0,2% em janeiro, segundo o Departamento de Trabalho dos EUA. O resultado ficou abaixo do esperado pelos analistas, que esperavam um aumento de 0,3%.

Ontem, o PPI (Índice de Preços ao Produtor, na sigla em inglês) apontou inflação de 1,4% para o mês passado, ante 0,4% em dezembro. Em janeiro, o núcleo desse índice --que exclui os preços de alimentos e energia- mostrou avanço de 0,3%, após a estabilidade vista no final de 2009.

No Brasil, a FGV apontou inflação de 1,10% em fevereiro, pela leitura do IGP-M (segunda estimativa prévia). Um mês antes, o mesmo índice registrou variação de 0,51%.

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