Bovespa retrai 0,61% no fechamento, com o dólar a R$ 1,81 22/02/2010
- Folha Online
A Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) encerrou o primeiro pregão da semana no campo negativo. Em um dia de poucas notícias de peso, e diante de agenda econômica carregada nos próximos dias, o investidor optou pela cautela. A taxa de câmbio doméstica cravou R$ 1,81.
O Ibovespa, principal índice de ações da Bolsa paulista, cedeu 0,61% no fechamento, aos 67.184 pontos. O giro financeiro foi de R$ 5,68 bilhões. Nos EUA, a Bolsa de Nova York fechou em queda de 0,18%.
O dólar comercial foi vendido por R$ 1,811, em um aumento de 0,33%. A taxa de risco-país marca 208 pontos, número 0,47% abaixo da pontuação anterior.
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O cenário da economia mundial continua despertando cautela no investidor. Enquanto monitora os desdobramentos na zona do euro, aguarda mais definições sobre os próximos passos da política monetária nos EUA. E a agenda desta semana vai fornecer uma série de pistas importantes, com destaque para a divulgação do PIB americano, na sexta-feira. Analistas também destacaram o depoimento de Ben Bernanke (titular do banco central desse país) na quarta e quinta-feira, como outro evento de destaque no calendário.
Hoje, num dia de agenda econômica esvaziada, os mercados americanos reagiram mal à proposta do governo Obama para o sistema de saúde, sinalizando a criação de mais impostos. A Bolsa brasileira acompanhou o mau humor do mercado, agravada pela desvalorização das ações da Vale. A ação preferencial da mineradora perdeu 1,57%, enquanto a ordinária caiu 1,92%.
A queda somente não foi pior por conta das ações da Petrobras, favorecida pela alta do barril de petróleo. A ação preferencial subiu 0,87%, enquanto a ordinária teve ganho de 0,72%.
A Europa também deve chamar a atenção nos próximos dias. "O investidor precisa ficar atento a alguns indicadores importantes nos próximos dias: o PIB [Produto Interno Bruto] do Reino, o PIB da Alemanha, e a inflação da zona do euro. Eles devem mostrar como pode evoluir a situação", comenta Marcelo Mattos, da mesa de operações da corretora Geraldo Correa.
Entre as principais notícias do dia, o boletim Focus apontou que a maioria dos economistas consultados pelo Banco Central elevou suas projeções para a inflação deste ano: a mediana das estimativas subiu de 4,8% para 4,86%. Trata-se da quinta elevação consecutiva dessas projeções. O centro da meta oficial para este ano é de 4,5%.
A projeção para o PIB (Produto Interno Bruto) deste ano também foi aumentada: espera-se uma taxa de crescimento de 5,58% neste ano, ante 5,51% registrado no boletim anterior.
O Ministério do Desenvolvimento registrou um superavit comercial de US$ 735 milhões neste mês, considerando o período de três semanas. No acumulado deste ano, o saldo positivo é de US$ 569 milhões.
O megainvestidor George Soros declarou que vê riscos de "desmembramento" da zona do euro caso não haja mudanças na forma de enfrentar as crises financeiras dos países que fazem parte da região. Segundo ele, "se os países membros não derem os próximos passos, o euro pode cair".