DIA A DIA

Bovespa fecha em alta de 0,58%, e ganha 1,68% em fevereiro
26/02/2010 - Folha Online

A Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) encerrou o mês de fevereiro em tom positivo, refletindo o bom humor dos investidores com o PIB (Produto Interno Bruto), que bateu com as expectativas do mercado e surpreendeu outra parcela dos analistas. E a taxa de câmbio recuou para R$ 1,80, a menor cotação desde 21 de janeiro.

No mês, a taxa de câmbio desvalorizou 4,14%, enquanto a Bolsa de Valores teve ganho de 1,68%. Mas no bimestre, a moeda americana subiu 3,8%, enquanto a Bolsa recuou 3,04%.

O Ibovespa, índice que reflete os preços das ações mais negociadas, ascendeu 0,58% no fechamento, aos 66.503 pontos. O giro financeiro foi de R$ 6,51 bilhões. Nos EUA, a Bolsa de Nova York fechou em leve alta de 0,04%.


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Um dos destaques do dia foi a ação da CSN (Companhia Siderúrgica Nacional), que anunciou hoje um lucro de R$ 2,6 bilhões para o ano passado. Embora menor que o ganho registrado em 2008 (R$ 5,774 bilhões), o resultado foi recebido favoravelmente, com as perspectivas de recuperação do mercado de aço mundial em 2010.

A ação ordinária da companhia foi o terceiro papel mais negociado da Bolsa (giro de R$ 271 milhões) e valorizou 1,98% no pregão desta sexta-feira.

O dólar comercial foi negociado por R$ 1,807, em queda de 1,31%. "O mercado está reagindo muito em cima de notícias, tanto as notícias ruins quanto as notícias boas, mas administrando de forma equilibrada. Acho que hoje nós tivemos um momento de melhora no sentimento de aversão ao risco, uma pausa nessa aversão ao risco", comenta Mário Paiva, analista da corretora de valores BGC Liquidez.

O mês de fevereiro foi complicado para o mercado financeiro neste mês. Após o episódio Dubai em janeiro, investidores se defrontaram com más notícias da zona do euro, destacando economias periféricas da região, como Portugal, Irlanda e, notadamente, Grécia.

Em paralelo, os participantes do mercado financeiro começaram a testemunhar o início de um complexo processo de retirada dos estímulos econômicos concedidos pelos governos no auge da crise de 2008. Autoridades da China, EUA, incluindo representantes do Brasil, começaram a sinalizar ao mercado que a temporada de juros extremamente baixos não será permanente.

Nesse quadro conturbado a divulgação do PIB americano trouxe um momento de alívio para os agentes financeiros, ao sinalizar a recuperação da maior economia do planeta. O PIB teve crescimento de 5,9% (dado anualizado) no último trimestre do ano passado, pouco acima dos 5,7% inicialmente estimado. Esse número ainda deve sofrer mais uma revisão, prevista para o final de março.

No ano passado como um todo a economia americana caiu 2,4%, estimativa inalterada em relação ao resultado divulgado em janeiro. Trata-se do pior resultado desde 1946 -- quando a queda foi de 10,9% --, contra leve alta de 0,4% em 2008.

O indicador teve que "disputar" a atenção dos investidores com outros números, que lembraram o cenário ainda complicado da economia mundial. Ainda nos EUA, as vendas de casas usadas caíram 7,2% em janeiro, na sequência de uma retração de 11,2% na comercialização de imóveis novos, no mesmo período.

E a seguradora AIG, uma das principais protagonistas da crise de 2008, anunciou hoje prejuízo líquido de US$ 8,873 bilhões para o último trimestre de 2009. Analistas relativizaram o número, lembrando os US$ 61 bilhões de perdas no mesmo período de 2008.

Na zona do euro, o ONS (Escritório Nacional de Estatísticas, na sigla em inglês) apontou que o PIB do Reino Unido teve crescimento de 0,3% no quarto trimestre ante o terceiro, no ano passado. Na comparação com o último trimestre de 2008, a expansão foi de 3,3%. Todos os números foram maiores que as estimativas anteriores.

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