DIA A DIA

Bovespa valoriza pelo quarto dia e fecha em alta de 0,82%
02/03/2010 - Folha Online

As ações brasileiras subiram pelo quarto dia consecutivo, na rodada de negócios desta terça-feira. Os mercados mundiais ainda antecipam um possível auxílio da comunidade europeia à Grécia, país da zona do euro em situação mais grave. A taxa de câmbio doméstica cedeu pela terceira vez e bateu R$ 1,78, a menor cotação num fechamento desde 19 de janeiro.

O Ibovespa, índice que reflete os preços das ações mais negociadas, subiu 0,82% no encerramento das operações, aos 67.779 pontos. O volume financeiro foi de R$ 6,67 bilhões. Nos EUA, a Bolsa de Nova York fechou em leve alta de 0,02%.

O dólar comercial foi vendido por R$ 1,782, em queda de 0,88%. A taxa de risco-país marca 201 pontos, praticamente estável sobre a pontuação anterior.


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A recuperação da Bolsa brasileira foi puxada pelos papéis da Vale, que sozinhos movimentaram mais de R$ 1,2 bilhão do giro total. Somente a ação preferencial foi alvo de R$ 1 bilhão em negócios, valorizando 1,88%, num dia de ganhos para as mineradoras também nos mercados europeus, com alta das commodities (matérias-primas).

A agenda de indicadores do dia foi bastante esvaziada. No Brasil, a FGV apontou uma inflação mais moderada em boa parte das principais capitais brasileiras. Analistas debatem se o Banco Central pode subir os juros neste mês ou em abril, o que dá um peso ainda maior para cada índice de preços.

Nos EUA, algumas das principais montadoras estabelecidas no país reportaram aumento nas vendas de fevereiro, alguns na casa dos dois dígitos, como a Ford, que bateu a rival GM pela primeira vez desde agosto de 1998.

O foco do mercado, no entanto, continua na Grécia. O severo deficit público desse país ameaça contaminar o restante das economias da zona do euro, bastante abaladas após a crise de 2008. Hoje, o ministro das Finanças, George Papaconstantinou, prometeu o anúncio amanhã de medidas para salvar essa nação da "bancarrota". Alguns investidores ainda contam que as maiores economias da região podem se movimentar para dar algum tipo de apoio mais incisivo (um pacote de resgate) para o país mediterrâneo e, assim, evitar danos maiores à economia da região.

Há desconfianças porém, sobre o "timing" dessas medidas. "Nossa equipe macroeconômica ressalta que, apesar de acreditarmos na definição do pacote, o prazo para sua divulgação deve ser mais longo que o esperado pelo mercado, dado a inércia natural do colegiado europeu para a tomada de decisões, ainda mais as polêmicas como deverão ser", avalia a analista Mônica Araújo, da Ativa Corretora, em relatório sobre as perspectivas do mercado financeiro para o mês.

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