Bovespa fecha em alta de 0,26%; ações da Vale puxam recuperação 04/03/2010
- Folha Online
O mercado brasileiro de ações teve um dia instável no pregão desta quinta-feira, véspera da divulgação de importantes indicadores nos EUA (o "payroll") e no Brasil (o IPCA). Grécia continua no radar nos investidores, que aguardam alguma definição até este final de semana. As ações da Vale, mais uma vez, puxaram a recuperação da Bolsa brasileira. A taxa de câmbio doméstica cravou R$ 1,79.
O Ibovespa, termômetro dos negócios da Bolsa paulista, subiu 0,26% no fechamento, aos 67.814 pontos. O giro financeiro foi de R$ 5,56 bilhões. Nos EUA, a Bolsa de Nova York fechou em alta de 0,46%. Analistas mencionaram o impacto positivo da aprovação, pelo Congresso americano, de um pacote de estímulos à criação de empregos.
O dólar comercial foi vendido por R$ 1,792, em um avanço de 0,11%. A taxa de risco-país marca 196 pontos, número 2,48% abaixo da pontuação anterior.
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Somente as ações preferenciais da Vale movimentaram R$ 900 milhões e valorizaram 1,36%, segundo analistas, sob impacto do reajuste dos preços de commodities vendidas pela mineradora.
Os papéis da mineradora contribuíram para que a Bolsa de Valores encerrasse o dia com um avanço moderado, após oscilar entre altas e baixas durante a maioria do pregão, influenciado pelas indefinições do cenário internacional.
Enquanto os investidores aguardam uma sinalização mais consistente sobre o possível pacote de ajuda à Grécia, houve uma opção pela cautela. Amanhã, o governo americano revela o principal indicador econômico da semana: a contagem dos empregos perdidos em fevereiro.
O tamanho do "rombo" deve influenciar o rumo dos negócios, já que o mercado de trabalho é visto com um principais pontos fracos da recuperação americana.
"Os investidores ainda aguardam os resultados da reunião de amanhã dos ministros gregos [com a chanceler alemã Angela Merkel]. Também está prevista uma reunião com autoridades da França [o presidente Nicolas Sarkozy] no final no semana. O mercado acredita que vai haver um pacote de ajuda à Grécia, mas o tamanho dessa ajuda, e as condições, ainda permanecem em aberto", comenta Eduardo Oliveira, analista da corretora Um Investimentos.
Entre as principais notícias do dia, a agência de estatísticas Eurostat revelou que a economia da zona do euro cresceu apenas 0,1% no quarto trimestre de 2009, na comparação com o trimestre anterior, e teve contração de 2,1% sobre o mesmo período de 2008. Na França, o governo registrou o maior índice de desemprego (9,6%) em dez anos no quarto trimestre. E o BCE (Banco Central Europeu) manteve a taxa básica de juros na região em 1% ao ano, como esperado pelo mercado.
Nos EUA, o Departamento de Trabalho reportou que o número de pedidos iniciais de auxílio-desemprego totalizou 469 mil na semana passada, pouco abaixo dos 470 mil previstos por economistas do setor financeiro. A boa notícia foi compensada por dois indicadores frustrantes: o aumento de apenas 1,7% das encomendas às indústrias em janeiro, abaixo da previsão de consenso entre analistas; e a queda de 7,6% nas vendas pendentes de imóveis tiveram uma queda de 7,6% no início do ano.
E no front doméstico, o IBGE comunicou que a produção industrial teve aumento de 1,1% em janeiro, após dois meses consecutivos de contração. Na comparação com janeiro de 2009, o incremento foi de 16%.