Piñera toma posse no Chile; forte terremoto gera alerta de tsunami 11/03/2010
- Folha Online
O empresário conservador Sebastián Piñera tomou posse como novo presidente do Chile nesta quinta-feira, substituindo a socialista Michelle Bachelet, em una cerimônia realizada na sede do Congresso em Valparaíso, cerca de 120 quilômetros a oeste de Santiago.
Cerca de 20 minutos antes, um forte terremoto de 7,2 graus de magnitude, segundo o Serviço Geológico dos EUA (USGS, na sigla em inglês), foi sentido com força em Santiago e em Valparaíso, onde diversos chefes de Estado estavam reunidos para a solenidade. Não hou registro de vítimas ou danos até o momento, segundo autoridades.
O novo sismo ocorre apenas 12 dias depois do terremoto de 8,8 graus de magnitude que devastou o sul do país, no último dia 27. Autoridades já confirmaram quase 500 mortos na tragédia. Anteriormente, havia sido divulgado que ao menos 802 pessoas teriam morrido, mas o número foi revisado para 497 mortos no tremor e no tsunami que ocorreu em seguida.
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Após o tremor, o Onemi (Escritório Nacional de Emergência, na sigla em espanhol) divulgou um alerta de tsunami para as regiões central e sul do Chile, incluindo Valparaíso.
A réplica -- a mais forte desde o terremoto do dia 27, desde quando foram registrados cerca de 200 outros tremores -- provocou pânico entre os convidados para a posse no Congresso, fazendo com que vários tentassem deixar rapidamente o recinto, segundo a France Presse.
Líderes conservadores como o presidente peruano, Alan Garcia, e o líder colombiano, Alvaro Uribe, deveriam participar da solenidade de posse. Os esquerdistas Cristina Fernandez, presidente da Argentina, e Evo Morales, da Bolívia, também compareceriam à cerimônia.
Reconstrução
O empresário chileno -- que ganhou as eleições do dia 17 de janeiro, vencendo o candidato governista da Concertación, Eduardo Frei, por uma pequena margem -- toma posse com a tarefa de reconstruir o país.
O presidente eleito já anunciou que realizará uma mudança de comando "austera", dando passagem a um governo marcado de antemão pelo terremoto que deixou centenas de mortos e mais de dois milhões de desabrigados.
"Nosso futuro governo não vai ser o do terremoto, vai a ser o da reconstrução", afirmou o presidente eleito. Ele anunciou que tentará modificar o Orçamento de 2010 a fim de adequá-lo a esse objetivo.
Em fevereiro, apenas um dia depois da catástrofe, Piñera afirmou que destinaria 2% do orçamento do Estado à reconstrução das zonas afetadas, em especial às regiões de Maule e Bío-Bío, ambas no sul.
Para isso foram estabelecidas três etapas: a primeira, encontrar os desaparecidos, restabelecer os serviços básicos e reativar o aparelho produtivo; a segunda, reformular o programa de governo antes da catástrofe e, a terceira, iniciar o plano de reconstrução.