Prudente e Santo André: saiba um pouco do histórico esportivo das duas cidades 10/04/2010
- Leandro Canônico e Marcelo Prado - G1
Com campanhas sólidas e bem coordenadas, Grêmio Prudente e Santo André surpreenderam no Campeonato Paulista e tiraram de Corinthians e Palmeiras os seus lugares nas semifinais do Estadual. Pelo menos era o que todos esperavam, que os quatro grandes clubes do estado fizessem as finais. Só Santos e São Paulo passaram.
O resultado final da fase de classificação, no entanto, mostrou um emergente que mudou de nome e casa recentemente dar a uma cidade afastada da capital o sonho de ter sucesso no futebol depois de muitas tentativas. Presidente Prudente sempre buscou espaço de destaque no esporte. Chegou a ter, mas negativamente.
Por outro lado, bem mais perto dos olhos paulistanos, o Santo André, recém-rebaixado à Série B do Campeonato Brasileiro, se recuperou de maneira brilhante. Pelo menos no Estadual. Campeão da Copa do Brasil em 2004, o time mantém-se na briga de gente grande há alguns anos. Mas tem também um histórico feliz em outros esportes.
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Conheça abaixo um pouco mais da vida esportiva dessas duas cidades, ricas em economia e com participação relevante no dia-a-dia do estado.
Após caso de doping, Prudente curte sucesso no futebol
Presidente Prudente, a 590 quilômetros de São Paulo, ficou muito conhecida nos últimos anos por muitas vezes receber clássicos do futebol paulista. No ano passado, por exemplo, Corinthians e Palmeiras duelaram três vezes no estádio Eduardo José Farah. Embora a cidade nunca tenha tido um time forte, tentativas não faltaram.
Antes de o Grêmio Prudente, atual semifinalista do Paulistão, desembarcar na cidade, Prudentina, Corinthians-PP, Prudentino (assim, com O) e Oeste Paulista tentaram vingar. Não conseguiram. Os últimos dois duraram muito pouco tempo. O Corinthinha, como era chamado, havia sido fundado em 1945, mas não resistiu e parou em 2000.
A Prudentina, embora não tenha dado certo no futebol, continua firme como clube social. E não deixa de ostentar que por três temporadas contou em seu time feminino de basquete com a Rainha Hortência. Com ela, o time ganhou dois paulistas, dois sul-americanos e foi vice-campeão na China.
Nos últimos anos, a cidade passou a abrigar também o atletismo. Mas as lembranças não são nada agradáveis. No ano passado, às vésperas do Mundial da Alemanha, cinco atletas foram pegos em um exame surpresa de anti-doping. Foram eles: Bruno Lins, Jorge Célio, Josiane Tito, Luciana França e Lucimara Silvestre da Silva.
Todos eles foram afastados do esporte por um ano. Pena pior tiveram os técnicos Jayme Netto e Inaldo Sena: quatro anos. Passado esse susto, Presidente Prudente acabou premiada este ano com a chegada de um clube empresa que terminou a primeira fase do Paulistão em terceiro lugar e agora briga pelo título.
Santo André, a cidade poliesportiva
Um dos municipíos industriais mais importantes do estado de São Paulo, Santo André não se prende apenas ao sucesso do Ramalhão, fundado em 20 de janeiro de 1968, e que teve seu momento mais importante na conquista da Copa do Brasil de 2004.
Santo André viveu uma década de conquistas expressivas no vôlei bem antes disso. A década de 80 foi dourada para essa cidade que hoje conta com aproximadamente 700 mil habitantes. Foi lá que surgiu o time da Pirelli, que conquistou tudo o que podia no intervalo de dez anos. Foi octampeão paulista (entre 1981 e 1988), tetracampeão brasileiro (1980, 82, 83 e 88), bicampeão sul-americano (1981 e 83), bicampeão da Copa do Brasil (1985 e 87) e bicampeão intercontinental (1983 e 84).
A principal conquista, no entanto, aconteceu em 1984, quando a equipe, que era base da seleção brasileira e continha craques como William, Montanaro, Amauri, Domingos Maracanã, entre outros, conquistou o título de campeão mundial de clubes daquele ano. A festa tomou conta das ruas da cidade e transformou os jogadores em verdadeiras celebridades. Por lá também passou o levantador José Roberto Guimarães que, mais tarde, conquistaria títulos pelas seleções masculina e feminina.
No futebol, aos poucos, o Esporte Clube Santo André começava a dar sinais de que poderia ocupar o espaço deixado pelo Saad no final da década de 70. O time já estava na principal divisão do futebol paulista e se destacava na revelação de talentos. Em 1984, disputou o Campeonato Brasileiro da primeira divisão pela primeira vez e terminou na honrosa décima colocação.
Sempre rivalizando com os times do Interior, como Guarani e Ponte Preta, o Santo André sofreu na década de 90 com acessos para a divisão principal e quedas para a Série A-2 na sequência. Essa alternância seguiu até 2001, quando o time subiu e não caiu mais.
E foi em 2004 que o pequeno Santo André tornou-se gigante e virou notícia em todo país. No dia 30 de julho, o Ramalhão calou 72 mil flamenguistas e, em pleno Maracanã, conquistou o título da Copa do Brasil daquele ano com uma vitória por 2 a 0, gols marcados pelo meia Elvis e pelo atacante Sandro Gaúcho.
Jogadores do Ramalhão comemoram a conquista da Copa do Brasil de 2004, título mais importante da história do clube que, no ano seguinte, disputou a Taça Libertadores da América
No ABC, ainda tiveram destaque equipes de basquete, que contaram com jogadoras como Janeth e Hortência e de atletismo, impulsionadas pelo ótimo trabalho feito no SESI.
Resta ver qual cidade vai terminar o domingo em festa.