Bovespa fecha em alta de 0,25%; ações do Pão de Açúcar caem quase 5% 13/04/2010
- Epamimondas Neto - Folha Online
A Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) teve um dia instável, oscilando entre altas e baixas, e encerrando o dia com uma valorização somente moderada. De olho na Grécia, os investidores começaram hoje a repercutir o início da temporada de balanços nos EUA. O destaque do dia ficou por conta das ações do Pão de Açúcar, em meio a incertezas sobre o processo de associação com as Casas Bahia.
O Ibovespa, principal índice de ações da Bolsa paulista, subiu 0,25% no fechamento, aos 70.792 pontos. O giro financeiro foi de R$ 5,57 bilhões. Nos EUA, o índice Dow Jones, da Bolsa de Nova York, teve alta de 0,12%.
"O dia não foi de grandes definições hoje. A Bolsa ficou no campo negativo durante boa parte do dia e somente no final houve alguns investidores aproveitam os preços para ir às compras, depois de dois dias de queda", comenta Eduardo Oliveira, analista da corretora Um Investimentos. "Nós temos que lembrar que o Ibovespa está oscilando entre 71 mil e 72 mil pontos faz uns cinco dias. A questão é que todo mundo está esperando a temporada de balanços nos EUA para definir alguma direção. E nos próximos dias, com certeza, nós vamos ter mais volatilidade", avalia.
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Ontem, saíram os resultados da gigante do alumínio Alcoa, após o encerramentos dos negócios. Os números foram considerados frustrantes e afetaram negativamente os negócios na parte da manhã. Hoje, já foram divulgados os números da Intel, que devem repercutir no pregão de quarta. JP Morgan, Google e General Eletric são as próximas companhias a abrirem seus números do trimestre e que podem mexer com as Bolsas de Valores.
E o mercado não gostou das últimas notícias sobre a fusão Pão de Açúcar e Casas Bahia. A gigante do varejo brasileiro confirmou oficialmente que deve renegociar a associação anunciada em dezembro. Na dúvida, os investidores optaram por vender, e a ação do grupo CBD cedeu 4,98%, sendo o quarto papel mais negociado da Bovespa, com volume de R$ 216,56 milhões.
O dólar comercial foi vendido por R$ 1,758, em um decréscimo de 0,05%. A taxa de risco-país marca 178 pontos, número estável sobre a pontuação anterior.
Entre as principais notícias do dia, o Departamento de Comércio dos EUA informou que o deficit comercial do país atingiu US$ 39,7 bilhões em fevereiro, cifra bem pior do que a esperada por analistas (consenso em US$ 38,5 bilhões). Outro órgão do governo americano, o Departamento de Trabalho, revelou que a inflação relativa a produtos importados foi de 0,7% em março, abaixo das projeções do setor financeiro (1%).
O leilão de títulos da dívida grega teve demanda mais forte do que esperado e investidores aceitam juros um pouco menores, mas ainda bastante altos na comparação com o início do ano. No final de semana, FMI e UE acertaram detalhes de mecanismo financeiro para ajudar o país mediterrâneo em caso de insolvência.
A Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) registrou a criação de 79 mil empregos no 1º trimestre na indústria paulista. Trata-se do melhor trimestre da atual série da pesquisa, iniciada em 2006.