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DIA A DIA

Bovespa fecha em queda de 1,56% e acumula perda de 2,8% na semana
16/04/2010 - Epaminondas Neto - Folha Online

A Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) encerrou a semana em tom negativo, confirmando a tendência que foi predominante por todo o período. As Bolsas americanas também fecharam com perdas, refletindo um noticiário mais desfavorável.

O Ibovespa, índice que reflete as oscilações de preço das ações mais negociadas, retrocedeu 1,56% no fechamento, indo para os 69.421 pontos. Na semana, o índice acumula desvalorização de 2,8% e no mês, de 1,35%. Em 2010, ainda há um ganho acumulado de 1,21%.

Profissionais de mercado citaram alguns fatores técnicos para explicar o desempenho negativo da Bolsa brasileira ao longo da semana, contrastando inclusive com o avanço da Bolsa de Nova York, a principal referência dos investidores por aqui.


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O vencimento de opções e contratos futuros sobre índice, na quarta, e o vencimento de opções sobre ações, na próxima segunda, teriam mexido com a volatilidade regular dos negócios. Mas muitos preferiram ver algum temor pela perspectiva de um aperto monetário, tanto por aqui quanto na China, grande importador de commodities (matérias-primas) brasileiras e uma das maiores forças da economia mundial.

"Há um problema na China de indefinição. Quais são os próximos passos da política monetária de lá? Os indicadores econômicos divulgados na quarta para quinta vieram muito fortes. E mesmo o Brasil vai ter que subir os juros, o que afeta tudo: investimentos de renda fixa, e investimentos de renda variável", comenta Marcelo Mattos, da mesa de operações da corretora Geraldo Correa.

O Comitê de Política Monetária, que define a taxa de juros (Selic) no Brasil, volta a se reunir no final deste mês. Nos últimos dias, multiplicaram-se as adesões à corrente que aposta num aumento da taxa Selic de 8,75% para 9,50% ao ano. Para esse grupo de economistas, a geração recorde de empregos, o aumento das vendas de varejo, entre outros fatores, sancionaram um aperto maior da política de juros, além da continuidade de Henrique Meirelles na presidência do BC.

O dólar comercial foi negociado por R$ 1,762, em um avanço de 0,57%. A taxa de risco-país marca 177 pontos, número 6,6% acima da pontuação anterior.

Em uma jornada relativamente esvaziada de notícias de maior destaque no front doméstico, ganhou relevância ainda maior o noticiário internacional. Nos EUA, chamou a atenção dos investidores os números do setor imobiliário. Pela manhã, o Departamento de Comércio apontou um ritmo acima do esperado na construção de casas, que aumentou 1,6% em março; a emissão de licenças para construção também foi melhor do que o previsto por economistas do setor financeiro.

A economia americana, no entanto, continua a fornecer indicadores conflitantes sobre a retomada, e pouco depois, a Universidade de Michigan indicou uma piora no nível de confiança do consumidor local no início de abril.

No front corporativo, o maior banco dos EUA em ativos, o Bank of America, anunciou um lucro líquido de US$ 2,83 bilhões (ou US$ 0,28 por ação) para o primeiro trimestre deste ano, contra US$ 2,81 bilhões um ano atrás. Analistas estimavam um lucro de US$ 0,09 por ação para este período. Ontem à noite, o portal Google reportou um lucro de US$ 1,96 bilhão para o trimestre. Embora 37% superior ao resultado de um ano atrás, o resultado foi pior do que o previsto por analistas.

E o banco Goldman Sachs voltou aos holofotes, com a notícia de que as autoridades americanas, responsáveis pela fiscalização do mercado de capitais, acusaram esse banco de investimentos de fraude nas operações com títulos envolvendo créditos de alto, risco (os famosos "subprimes").

  

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