DIA A DIA

Bovespa retrai 0,47% no fechamento, em terceiro dia de perdas
19/04/2010 - Folha Online

A Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) emendou o seu terceiro dia consecutivo de perdas, na sessão desta segunda-feira. O índice também ficou abaixo do patamar de 70 mil pontos, um nível de preços retomado no final de março e mantido durante boa parte do mês de abril. A cena externa ainda é o principal fator de nervosismo no ambiente de negócios.

O Ibovespa, índice que reflete os preços das ações mais negociadas, cedeu 0,47% no fechamento, aos 69.097 pontos. Nos EUA, as principais Bolsas de Valores encerraram os negócios com direções distintas. O índice Dow Jones, da Bolsa de Nova York, subiu 0,67%; porém o Nasdaq, da Bolsa tecnológica, cedeu 0,04%.

O giro financeiro da Bolsa brasileira foi de R$ 11,50 bilhões. O volume financeiro foi inflado pelo vencimento de opções sobre ações, que movimentou R$ 5,28 bilhões.


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Opções são instrumentos por meio dos quais os agentes financeiros podem negociar direitos de compra ou de venda de um ativo, no caso de hoje ações de empresas, mediante o pagamento de um prêmio. Esses direitos devem ser exercidos, ou não, em um determinado vencimento. Neste dia, o montante de negócios aumenta, e analistas do mercado notam uma volatilidade atípica.

No vencimento deste mês, as opções de compra sobre ações preferenciais da Vale foram os mais movimentados pelos investidores.

Não por acaso, esse papel foi o mais negociado da Bovespa no pregão de hoje: com um volume de R$ 950 milhões, essa ação desvalorizou 0,67%.

A queda de hoje do índice foi parcialmente contida pelas ações da Petrobras: o segundo papel mais negociado pelos investidores foi justamente a ação preferencial dessa petrolífera (giro de R$ 794,93 milhões), que teve ganho de 1,82%.

O dólar comercial foi vendido por R$ 1,755, em um decréscimo de 0,39%. A taxa de risco-país marca 174 pontos, número 2,25% abaixo da pontuação anterior.

A rodada de negócios foi marcada pelas notícias desfavoráveis da China e do banco americano Goldman Sachs, que na sexta-feira já foi responsável, pelo menos em parte, pela retração das Bolsas de Valores.

Essa instituição financeira está sob a mira das autoridades americanas, e também deve sofrer investigação por autoridades europeias, devido a operações com títulos relacionados aos créditos "subprimes". E devido ao caso "Goldman Sachs", a Comissão da Bolsa de Valores dos Estados Unidos (SEC, na sigla em inglês) já avisou que deve averiguar outros grandes bancos atuantes em Wall Street (o mercado de capitais americano).

"A alegação da SEC é que o banco vendeu papéis atrelados a hipotecas de alto risco, sem informar que um fundo de hedge que apostava na queda das hipotecas teria participado da elaboração do produto vendido aos investidores. Mesmo que não gere efeitos práticos, tal denúncia adiciona um elemento negativo nos mercados", comenta o economista-chefe do banco Schahin, Silvio Campos Neto, em seu relatório semanal.

O investidor também ficou apreensivo com as novidades vindas da China. Após anunciar um forte crescimento no primeiro trimestre para o país, Pequim voltou a lançar mão de medidas restritivas contra a economia, com foco no setor imobiliário. O país é uma das principais forças da economia global, e um dos grandes importadores globais de commodities (matérias-primas).

Entre outras notícias importantes do dia, o instituto Conference Board reportou que o índice de indicadores antecedentes, que sinaliza as tendências da economia dos EUA para os próximos seis meses, teve sua maior expansão em sete meses.

O boletim Focus, elaborado pelo Banco Central brasileiro, mostrou que a maior parte dos economistas do setor financeiro revisou, já pela 13ª semana consecutiva, suas expectativas de inflação. O IPCA projetado para 2010 passou de 5,29% para 5,32%.

No front corporativo, o banco americano Citigroup anunciou um lucro líquido de US$ 4,43 bilhões no primeiro trimestre, ou US$ 0,15 por ação, ante um prejuízo de US$ 966 milhões, ou US$ 0,18 por ação, no mesmo período do ano anterior.

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