Bovespa fecha em alta de 0,32% puxada por Petrobras 20/04/2010
- Epaminondas Neto - Folha Online
A Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) teve uma recuperação moderada na jornada desta terça-feira. Em um véspera de feriado, o giro de negócios ficou abaixo da média, mostrando a postura cautelosa dos investidores. As ações da Petrobras puxaram a alta do dia. Algumas notícias um pouco mais positivas sobre Europa e o banco Goldman Sachs influenciaram no rumo dos negócios.
O Ibovespa, índice que reflete os preços das ações mais negociadas, subiu 0,32% no fechamento, batendo os 69.318 pontos. O giro financeiro foi de R$ 5,74 bilhões. Nos EUA, a Bolsa de Nova York fechou em alta de 0,23%.
Movimentando R$ 755 milhões, a ação preferencial da Petrobras valorizou 2,23%. Segundo profissionais de mercado, após o vencimento de opções, o papel ficou com preços muito atrativos, o que atraiu ordens de compra.
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A outra ação preferida dos investidores, a ação preferencial da Vale, teve volume de R$ 760 milhões, sofreu perdas de 1,63%.
"De modo geral, o mercado está meio 'de lado' [sem tendência firme], na expectativa de qual vai ser a correção dos juros na semana que vem. Tem uma corrente muito forte que acredita num ajuste de 0,75 ponto [percentual], mas na corretora ainda estimamos um aumento de 0,50 ponto. Os últimos de índices de inflação já mostraram uma desaceleração, e o dólar caiu bem", comenta Edison Marcellino, gerente de operações da corretora Finabank.
Nos dias 27 e 28, o Comitê de Política Monetária, que decide qual a taxa de juros do país (hoje em 8,75% ao ano), volta a se reunir. As apostas do mercado se dividem entre um ajuste para 9,25% ou 9,50%.
O dólar comercial foi vendido por R$ 1,753, em queda de 0,11%. A taxa de risco-país manteve-se em 174 pontos.
Entre as principais notícias do dia, o IPCA-15, prévia da inflação oficial, registrou alta de 0,48% em abril, ante elevação de 0,55% verificada em março, segundo o IBGE. E o IGP-M teve variação de 0,5% na segunda leitura prévia de abril, contra alta de 0,91% vista um mês antes, de acordo com a FGV.
Na Europa, o instituto Zew apontou um aumento acima do esperado no nível de confiança na economia alemã, entre investidores e analistas. O índice teve uma leitura de 53 pontos neste mês, ante 44,5 em março. Analistas estimavam um patamar em torno de 45,1 pontos.
No front corporativo, o banco Goldman Sachs anunciou um lucro líquido de US$ 3,29 bilhões, ou US$ 5,59 por ação, para o primeiro trimestre deste ano, contra US$ 1,66 bilhão, ou US$ 3,39 por ação, no mesmo período do ano passado. Analistas do setor esperavam um ganho de US$ 4,01 por ação, segundo a Thompson Reuters.
Essa instituição financeira gerou algum nervosismo na semana passada, quando autoridades americanas acusaram de fraude por operações envolvendo títulos relacionados aos famosos créditos "subprimes" (empréstimos de alto risco). A notícia despertou temores de que outros bancos e empresas do setor mostrem problemas similares.
A fabricante de bebidas Coca-cola apresentou lucro de US$ 1,61 bilhão, ou US$ 0,69 por ação, no primeiro trimestre fiscal. Há uma ano, o ganho foi de US$ 1,35 bilhão, ou US$ 0,58 por ação.