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DIA A DIA

Bovespa fecha em alta de 0,10%, com ações da Vale
22/04/2010 - Folha Online

A Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) encerrou a rodada de negócios desta quinta-feira com uma valorização modesta, sustentada principalmente pelas ações da Vale. Um sentimento de nervosismo marcou a jornada de hoje dos mercados, com o alto deficit grego e a inflação acima das expectativas nos EUA. As Bolsas europeias amargaram perdas enquanto as americanas mal escaparam do terreno negativo.

O índice Ibovespa, principal termômetro dos negócios da Bolsa paulista, teve ganho de 0,10% no fechamento, aos 69.386 pontos. O giro financeiro foi de R$ 6,47 bilhões. Nos EUA, o índice Dow Jones (daBolsa de Nova York), subiu 0,8% na conclusão das operações do dia.

As ações da Vale ajudaram a "salvar o dia". Papel mais negociado pelos investidores hoje (volume de R$ 840 milhões), a ação preferencial teve alta de 0,56%, enquanto a ordinária, com movimento de R$ 232 milhões, subiu 0,35%.


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Entre as principais notícias relacionadas à Vale, a gigante da siderurgia alemã ThyssenKrupp anunciou hoje que fechou um acordo com a empresa brasileira, aceitando um reajuste em torno de 100% para algumas variadades do minério de ferro.

O dólar comercial foi vendido por R$ 1,765, em um avanço de 0,68%.

A Bolsa de Valores tem operado sem direção forte nas últimas semanas, em meio a dúvidas entre analistas e investidores sobre qual deve ser o grau de ajuste dos juros básicos do país, na reunião do Comitê de Política Monetária marcado para a semana que vem.

O mercado, que não espera nada diferente de um aumento da Selic, está dividido entre uma correção de 0,50 ou 0,75 ponto percentual. Hoje, a agência de classificação de risco Moody's reforçou a segunda corrente.

"A forte recuperação da economia brasileira neste, em boa parte baseada no consumo doméstico, está gerando um excesso de demanda que já começou a impor pressõe sobre a inflação e importações", comenta o economista da instituição, Alfredo Coutino, em relatório divulgado hoje. "Desde que há evidência suficiente de que a economia brasileira gerou um excesso de demanda nos últimos dois trimestres, os responsáveis pela política econômica deveria começar um movimento para empurrar a taxa Selic para um nível neutro já em abril, que é estimado em 9,50%", acrescenta ele.

EUA e Grécia

Entre as principais notícias do dia, a Eurostat (agência de estatísticas da União Europeia) revelou que a Grécia registrou um deficit de 13,6% do PIB (Produto Interno Bruto) no ano passado, em vez dos 12,7% divulgados anteriormente. O número assustou os agentes financeiros, num momento em que o país mediterrâneo paga juros cada vez mais altos para captar dinheiro no mercado, e tem dívidas bilionárias a vencer no curto prazo.

O Departamento do Trabalho dos EUA informou uma queda na demanda pelos benefícios do auxílio-desemprego até a semana passada, porém menor do que o previsto. Os pedidos iniciais somaram 456 mil até o dia 17. Economistas do setor financeiro esperavam uma cifra em torno de 450 mil.

O mesmo órgão apontou que a inflação subiu mais do que o esperado para o mês de março, de acordo com o a leitura do PPI (Índice de Preços ao Produtor, na sigla em inglês). A variação foi de 0,7% no mês passado, contra projeções de 0,4%.

Ainda nos EUA, a entidade privada NAR (Associação Nacional dos Corretores de Imóveis, na sigla em inglês) registrou um aumento de 6,8% nas vendas de residências usadas no mês passado, atingindo 5,35 milhões de unidades ao longo de 12 meses. Trata-se do volume de unidades vendidas mais alto desde dezembro do ano passado. Economistas do setor financeiro esperavam um incremento de 5,2%.

No front doméstico, o Banco Central contabilizou o maior deficit das contas externas do país desde 1947. No primeiro trimestre, as transações em conta corrente ficaram negativas em US$ 12,145 bilhões. Somente os gastos dos turistas brasileiro no exterior cresceram 74%.

O BC também indicou que uma saída de US$ 977 milhões do país (já consideradas as entradas de dólares) neste mês, até a segunda semana.

  

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