PP libera diretórios: farão coligações que quiserem 29/04/2010
- Folha Online
O PP, como se sabe, adiou para o final de maio, início de junho, a decisão sobre a posição que irá adotar na sucessão de Lula.
A despeito disso, o partido já liberou os seus diretórios estaduais para fechar, nos Estados, os acordos que lhe parecerem mais convenientes.
Deve-se a informação ao senador Francisco Dornelles (RJ), presidente do PP federal. Ele concedeu entrevista à Rádio Gaúcha (ouça aqui).
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Dornelles esclareceu que a Executiva nacional do PP, reunida na véspera, tomou tres decisões:
1. “Os diretórios estaduais estão totalmente livres para tomar a decisão que desejarem. Eles não têm nem mesmo que dar satisfação ao diretório nacional. Cada diretório estadual é livre para fazer a coligação que entender que deve fazer”.
2. “Todos os diretórios estaduais devem manifestar à Executiva nacional, até a terceira semana de maio, qual é a posição de cada um no âmbito federal”.
3. Deu-se “liberdade total para todos os diretórios, todas as lideranças, discutirem com quem quiser todos os assuntos políticos”. Mas, em relação à eleição presidencial, a decisão final “será tomada pela Executiva nacional”.
Perguntou-se a Dornelles se ele pretende compor a chapa do presidenciável tucano José Serra, na condição de candidato a vice.
O senador repetiu algo que já se converteu num mantra particular: “Não há política sem lenda, sem história, sem boato...”
“...E quando eles adquirem força própria, não adiante você confirmar nem desmentir. De modo que eu não comento esse assunto”.
Recordou-se a Dornelles que o PP do Rio Grande do Sul, fechado com o tucanato local, defende que ele se torne vice de Serra.
Mais: lembrou-se ao senador que também o PSDB gaúcho levou à direção nacional do partido a sugestão de que Dornelles seja convertido em vice.
Em sua resposta, Dornelles insinuou que a posição do PP gaúcho terá peso decisivo na decisão a ser tomada pela Executiva nacional:
“O PP do Rio grande do Sul é o diretório regional mais forte do partido. [...] O PP nacional não tomará nenhuma decisão com a qual não concorde o PP do Rio Grande do Sul”.
Dono de 1min36s de tempo de tevê, o PP oscila entre o apoio a Serra, a Dilma Rousseff ou a neutralidade.
Qual é a tendência?, perguntou-se a Dornelles. E ele: “A última avaliação, feita no início do ano, dava que a grande maioria do partido estava querendo apoiar Dilma”.
Insinuou que os ventos podem ter mudado: “Como disse, pedimos aos diretórios uma outra avaliação. Queremos conhecer o posicionamento de cada um”.
Recusou-se a discorrer sobre tendências: “Só posso falar de fato concreto”.