Bovespa fecha em baixa de 0,86% e acumula queda de 6,9% na semana 07/05/2010
- Epaminondas Neto - Folha Online
A Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) voltou a fechar em território negativo, na rodada de negócios desta sexta-feira. A retração de hoje, no entanto, ficou vários tons abaixo do nervosismo visto ontem, quando uma possível falha técnica (ainda em investigação) derrubou violentamente índices de ações com visibilidade mundial, espalhando o pânico.
O Ibovespa, índice que reflete os preços das ações mais negociadas, retraiu 0,86% no fechamento, aos 62.870 pontos. Trata-se do nível de preços mais baixo desde 5 de fevereiro. O giro financeiro foi de R$ 7,72 bilhões. Nos EUA, o índice Dow Jones (da Bolsa de Nova York) cedeu 1,33% na conclusão dos negócios.
"O mercado ainda está muito preocupado com a situação fiscal dos países na zona do euro. A oscilação continua muito forte, e hoje pela manhã nós tivemos alguns momentos de nervosismo, mas sem o pânico de ontem", comenta Marco Aurélio Etchegoyen, da mesa de operações da corretora Diferencial.
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"Nós estamos vendo um movimento de aversão ao risco que não se explica somente pelos problemas da Grécia. Também é importante a questão das novas regras para o sistema financeiro americano, algumas questões da China", avalia Andrés Kikushi, analista-chefe da Link Investimentos, lembrando que, desde abril, os investidores estrangeiros vem saindo da Bolsa brasileira.
Na primeira semana de maio (até o dia 5), o saldo de investimentos estrangeiros está negativo em quase R$ 900 milhões.
"É difícil ter parâmetros sobre quando essa onda de nervosismo vai acabar, mas acredito que alguma definição sobre a crise da Grécia vai ser muito importante", acrescenta.
O dólar comercial foi vendido por R$ 1,851, em um acréscimo de 0,10% sobre o fechamento de ontem. A taxa de risco-país marca 240 pontos, número 1,26% acima da pontuação anterior.
Investidores e analistas aguardam novidades na reunião de cúpula de chefes de Estado e de governo de 16 países da zona do euro, que deve sinalizar apoio à Grécia.
Entre as principais notícias do dia, quatro países -- Alemanha, Itália, Espanha e Holanda -- já aprovaram a liberação de recursos para ajudar a Grécia, no âmbito do pacote de ajuda financeira acordado entre representantes da União Europeia e do FMI (Fundo Monetário Internacional).
Os ministros das Finanças do países-membros do G7 (as sete nações mais industrializadas do mundo) fizeram uma teleconferência hoje, mas que não resultado num comunicado comum sobre a crise na zona do euro. Investidores e analistas aguardam ainda novidades na reunião de cúpula de chefes de Estado e de governo de 16 países da zona do euro, que deve sinalizar apoio à Grécia.
O Departamento de Trabalho dos EUA registrou a geração de 290 mil vagas no mês de abril. A taxa de desemprego atingiu 9,9%, após três meses consecutivas estabilizada em 9,7%.
Economistas do setor financeiro estimavam a criação de 190 mil vagas e a manutenção da taxa de desemprego em 9,7%.
No front doméstico, o IBGE apontou inflação de 0,57% em abril, pela leitura do IPCA, acima das expectativas do mercado (consenso em 0,55%).