DIA A DIA

Bovespa tem retração de 1,22% no fechamento; dólar crava R$ 1,86
25/05/2010 - Epaminondas Neto - Folha Online

O mercado brasileiro de ações chegou a cair mais de 3% no decorrer das operações de hoje, revelando o pouco apetite dos investidores por risco das últimas semanas. A crise na zona do euro segue como ponto central das preocupações. Analistas também mencionaram algum temor pela escalada de tensão nas Coreias, funcionando como reforço para o nervosismo e cautela já predominantes nos mercados.

O Ibovespa, principal índice de ações da Bolsa paulista, cedeu 1,22%, aos 59.814 pontos. O giro financeiro foi de R$ 6,88 bilhões. Nos EUA, o índice Dow Jones, da Bolsa de Nova York, retrocedeu 0,23% na conclusão dos negócios de hoje.

O dólar comercial foi vendido por R$ 1,868, em alta de 0,21%. A taxa de risco-país marca 247 pontos, número 2,92% acima da pontuação anterior.


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"Historicamente a Coreia do Sul é aliada dos Estados Unidos, e a Coreia do Norte, da China e da Rússia, e isso gera uma tensão [geopolítica] muito forte. E como a crise europeia ainda não acabou, o mercado fica muito volátil", afirma Luiz Fernando Moreira, da mesa de operações da corretora Dascam.

Os papéis do setor bancário sofreram as piores perdas na jornada de hoje. A "unit" (recibo de ações) do grupo Santander retrocedeu 5,90%; a ação preferencial do Itaú-Unibanco caiu 2,46%, enquanto a ação do Bradesco teve baixa de 4,08%.

"Lá fora, foram pouquíssimas as ações de bancos que terminaram o dia positivas", comenta Expedito Araújo, profissional da Alpes Corretora. "O problema ainda é Europa. E creio que o mercado tende a ficar ainda mais seletivo no curto prazo. Nós temos que lembrar que o noticiário sobre o setor bancário não foi nada positivo nas últimas semanas", acrescenta.

Entre as principais notícias do dia, a Agência Nacional de Estatísticas informou que o PIB (Produto Interno Bruto) do Reino Unido teve um crescimento de 0,3% no primeiro trimestre, na comparação com o mesmo período de 2009.

O governo alemão sinalizou que pode ampliar suas medidas contra operações especulativas com ações, estendendo a proibição de vendas de ações a descoberto (sem garantias). Na semana retrasada, um anúncio semelhante gerou forte nervosismo no mercado de ações.

Nos EUA, sondagem do instituto privado Conference Board apontou um aumento da confiança dos consumidores na economia, principalmente com a melhora das expectativas para os próximos seis meses.

Já no front doméstico, o Banco Central revelou que o país teve um deficit de US$ 4,6 bilhões nas suas transações com o exterior em abril, abaixo dos US$ 5,1 bilhões registrados em março.

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