Bovespa vira tendência perto do fim e fecha com recuo de 0,51% 09/06/2010
- Folha Online
A Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) permaneceu em terreno positivo durante a maior do pregão desta quarta-feira. Perto do encerramento dos negócios, ordens de venda derrubaram o índice Ibovespa, seguindo a tendência negativa em Nova York.
O presidente do banco central americano, Ben Bernanke, foi mais uma vez o principal "protagonista" do dia nos mercados, reforçando a perspectivas de crescimento da economia dos EUA nos próximos anos, ainda que longe de ser "robusto". Pouco depois, um relatório do BC local (o "Livro Bege") apontou uma melhora modesta do nível de atividade nos meses de abril e maio.
O índice Ibovespa, que reflete os preços das ações mais negociadas, cedeu 0,51% no fechamento, aos 6.478 pontos. O giro financeiro foi de R$ 5,17 bilhões. Nos EUA, o índice Dow Jones (da Bolsa de Nova York) retraiu 0,41% na conclusão dos negócios.
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Com a pespectiva de que finalmente o Congresso brasileiro aprove o plano de capitalização da estatal, as ações da Petrobras valorizaram nos últimos dias. Hoje, a ação ordinária teve alta de 0,43%, mas a ação preferencial, que concentra a maior parte dos negócios, desvalorizou 0,37%.
O dólar comercial foi vendido por R$ 1,848, em um declínio de 0,64%. A taxa de risco-país marca 246 pontos, número 0,40% abaixo da pontuação anterior.
O Banco Central revelou que o fluxo cambial do país (diferença entre saídas e dólares) foi positivo em US$ 2,6 bilhões no mês de maio. No início de junho, as saídas batem as entradas por US$ 267 milhões.
Entre as primeiras notícias do dia, a FGV apontou inflação de 1,57% em maio ante 0,72% em abril, pela leitura do IGP-DI. O mercado esperava uma taxa em torno de 1,30%. Já o IBGE revelou uma inflação de 0,43% em maio contra 0,57% em abril, em linha com as expectativas.
A produção industrial do país caiu, na comparação de abril contra março, em sete das 14 regiões pesquisadas pelo IBGE. Na média nacional, a indústria apresentou retração de 0,7% na mesma base de comparação.
O presidente do banco central americano, Ben Bernanke, declarou que a crise europeia deve ter um impacto "modesto" sobre a recuperação dos EUA, na medida em que os mercados financeiros se estabilizem.
O BC brasileiro anuncia a nova taxa Selic após o encerramento dos mercados. A maioria dos analistas do setor financeiro acredita que o juro primário deve ser ajustado para 10,25% ao ano.
Perspectivas
Estudo da corretor Ativa sobre 24 setores empresariais representados na Bovespa apontou "forte crescimento" na margem operacional (indicador de potencial de lucros), baseados nos resultados já divulgados do primeiro trimestre.
Para a equipe de analistas da Ativa, o quadro é "promissor" para os balanços do segundo trimestre: os resultados das empresas ainda não devem refletir nem os ajustes recentes da taxa de juros (com defasagem de seis meses, em tese) e o cenário externo "nebuloso".
"Quanto aos resultados corporativos mantemos perspectiva positiva para o segundo trimestre de 2010, refletindo o cenário corporativo doméstico é a recuperação de algumas commodities [matérias-primas]", avaliam os profissionais da corretora, destacando os setores de tecnologia, alimentos, construção civil, consumo e varejo, shopping center, autopeças, bens de capital e mineração, entre outros.