Bovespa fecha em alta de 1,39% e valoriza 0,60% na semana 25/06/2010
- Epaminondas Neto - Folha Online
Em dia marcado pelo giro estreito de negócios, a Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) registrou ganhos acima de 1%, num dia em que as Bolsas americanas pouco saíram "do chão" e os mercados europeus fecharam em tom negativo.
Analistas mencionaram o nervosismo com a reunião do G20 (países mais ricos), com o temor renovado de medidas mais duras para os mercados financeiro. Hoje, o Congresso americano deu um passo histórico nesse sentido, e o presidente Barack Obama pediu aos líderes europeus que seguissem pelo mesmo caminho.
Tradicionalmente, os participantes do mercado financeiro são bastante avessos a regulações mais duras, e a ameaça de que uma nova legislação contribui para aumentar a aversão ao risco.
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O índice Ibovespa, que reflete os preços das ações mais negociadas, teve ganho de 1,39% no fechamento, aos 64.823 pontos. O giro financeiro foi de R$ 3,31 bilhões, bem abaixo da média do mês (R$ 6 bilhões/dia). Nos EUA, o índice Dow Jones (da Bolsa de Nova York) teve queda de 0,09%. Outro índice importante, o S&P 500, avançou 0,27%.
Os investidores da Bolsa brasileira têm operado em um tom mais positivo nos últimos dias, na comparação com os mercados externos. "Nesse cenário de permanência da crise, acho que as empresas brasileiras estão se destacando um pouco. Boa parte delas são empresas com bom perfil de endividamento e com bons números em termos de custo e de produção", avalia Miguel Daoud, analista da Global Financial Advisor. Ele nota, porém, que o retorno do capital estrangeiro, um dos motores tradicionais da Bovespa, ainda continua bastante gradual.
O dólar comercial foi cotado por R$ 1,780, em um decréscimo de 0,50%. Na semana, a taxa de câmbio acumula valorização de 0,45%, mas no mês, há perda de 2,2%.
Entre as principais notícias do dia, o Departamento de Comércio dos EUA revelou que o PIB (soma das riquezas) desse país teve um crescimento de 2,7% no primeiro trimestre. Trata-se de uma cifra inferior à estimativa anteriormente divulgada, que apontava um crescimento de 3% para o período. Economistas do setor financeiro esperavam a manutenção desse número nesta revisão final.
Ainda nos EUA, o Congresso local aprovou uma reforma histórica da legislação do sistema financeiro, prevendo uma supervisão mais cerrada e regras mais duras sobre os mercados, em mais uma reação à crise de 2008.
E a Universidade de Michigan apontou um aumento da confiança do consumidor americano na economia de seu país. O índice apurado pelo instituto teve leitura de 76 pontos, ante 73,6 em maio (dado revisado) e 70,8 em junho de 2009. Economistas do setor financeiro esperavam um patamar de 75 pontos para o período.