Bovespa valoriza 1,96% no fechamento, puxada por ações de bancos 07/07/2010
- Epaminondas Neto
O investidor continua a aproveitar o período de trégua das más notícias para ir às compras, ainda buscando papéis que desvalorizaram fortemente nas últimas semanas. Hoje, o impulso mais importante veio do setor financeiro, com a expectativa de lucros melhores no segundo trimestre.
O Ibovespa, principal índice de ações da Bolsa paulista, avançou 1,96% no fechamento, atingindo os 63.283 pontos. O giro financeiro foi de R$ 5,84 bilhões. Nos EUA, o índice Dow Jones, da Bolsa de Nova York, valorizou 2,82% na conclusão das operações.
O dólar comercial foi vendido por R$ 1,767, em baixa de 0,84%. A taxa de risco-país marca 234 pontos, número 3,30% abaixo da pontuação anterior.
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Analistas destacaram duas notícias positivas, que deram fôlego renovado para a ponta de compra. Primeiro, as projeções do banco americano State Street para o resultado deste segundo trimestre, que bateram as expectativas do mercado e reavivaram o otimismo sobre as ações do setor financeiro. E na Europa, os investidores mantiveram o relativo otimismo sobre os testes de "saúde financeira" dos bancos, cujos resultados devem ser divulgados no próximo dia 23.
No mercado interno, justamente as ações do setor bancário foram os destaques do dia, a exemplo de Itaú-Unibanco (alta de 5,8%, Banco do Brasil (2,9%) e Bradesco (4,7%).
"A tendência da Bolsa continua a ser de baixa", comenta Renato Bandeira de Mello, gerente de renda variável da Futura Corretora. "Mas em certos momentos, com algumas notícias pontuais, o mercado volta a ser comprador. A questão é que, nessas horas, o investidor não quer perder o 'barco' da alta", acrescenta.
Entre outras notícias importantes do dia, a agência de estatísticas Eurostat reportou que os países da zona do euro cresceram somente 0,2% no primeiro trimestre (PIB), em linha com as expectativas dos economistas do mercado financeiro.
Ainda no front europeu, números oficiais apontaram que as encomendas ao setor industrial encolheram (0,5%) pela primeira vez neste ano na Alemanha (dado de maio)contrariando as projeções de crescimento na faixa de 0,3% a 0,5%. O governo desse país anunciou um plano de corte dos gastos públicos de 80 bilhões de euros (US$ 100,93 bilhões) nos próximos quatro, de modo a manter o deficit orçamentário.
Já na cena doméstica, dois importantes índices de preços mostraram desaceleração da inflação. O IPG-DI teve uma variação de 0,34% em junho ante 1,57% em maio; o IPCA ficou estável no mês passado contra uma alta de 0,43% no período anterior.
E o Banco Central informou que o fluxo cambial do país (diferença entre saída e entrada de dólares) teve um saldo negativo de US$ 4,3 bilhões em junho, o maior valor desde dezembro de 2008.
Empresas
A companhia área Gol anunciou uma demanda histórica para o mês de junho, com alta de 10% no tráfego em relação ao mesmo período de 2009. A ação preferencial subiu 2,4% enquanto a ação da rival TAM disparou 6,8%.