Bovespa fecha em alta de 1,54%, puxada por Vale e siderúrgicas 19/07/2010
- Giuliana Vallone - Folha Online
O mercado de ações brasileiro fechou em forte alta nesta segunda-feira, descolado das Bolsas norte-americanas, que tiveram elevação moderada. A notícia de que o governo da China prevê crescimento nas exportações e importações do país elevou os preços das commodities metálicas, beneficiando os papéis de empresas do setor de mirenaração, como a Vale, e siderúrgicas.
O Ibovespa, principal índice de ações da Bolsa paulista, subiu 1,54% no fechamento, aos 63.297 pontos. O giro financeiro foi de R$ 6,75 bilhões. Nos EUA, o índice Dow Jones teve acréscimo de 0,56% nas últimas operações na Bolsa de Nova York.
O volume financeiro de hoje foi afetado pelo vencimento de opções sobre ações (contratos que negociam direitos de compra ou de venda de um ativo, mediante o pagamento de um prêmio).
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O exercício desses contratos, quer dizer, a opção de exercer ou não esse direito, ocorre uma vez por mês e tradicionalmente afeta o volume regular e a volatilidade dos negócios.
Neste mês, o exercício dessas opções movimentou R$ 2,42 bilhões. As opções que registraram maior volume financeiro no exercício desta segunda-feira foram Vale PNA a R$ 36,00 por ação --movimentou em opções de compra-- e Vale PNA a R$ 32,00 por ação --movimentou R$ 332,2 milhões em opções de compra.
O dólar comercial foi vendido por R$ 1,786, em um avanço de 0,22%. Os preços da moeda americana oscilaram entre R$ 1,774 e R$ 1,793.
"A Bolsa se descolou um pouco do mercado norte-americano hoje, muito por causa da alta das commodities metálicas", afirmou Paulo Hegg, operador da UM Investimentos. De acordo com ele, as empresas ligadas ao setor de siderurgia e mineração sofreram bastante na última semana com temores sobre as economias chinesa e dos EUA, e mostraram recuperação hoje.
As ações preferenciais da Vale (PNA) fecharam em alta de 2,61%, a R$ 38,50, enquanto Usiminas e MMX registraram elevação de 3% e 3,88%, respectivamente.
Esses papéis foram beneficiados pela notícia de que as exportações da China devem crescer cerca de 16,3% em termos anuais no segundo semestre, com a expansão do ano como um todo estimada em cerca de 24,5%. No caso das importações, o aumento deve ser de 19,3% no semestre e 33,6% no ano. As informações foram divulgadas pelo "China Securities Journal", citando o Centro de Informações de Estado do país.
Nos Estados Unidos, a notícia de que o índice de confiança das construtoras atingiu o patamar mais baixo desde abril de 2009 reduziu o ritmo de elevação das Bolsas visto no início do dia, mas não foi suficiente para reverter a tendência positiva.
"Os investidores estão otimistas com os balanços a serem divulgados nesta semana, já que os resultados que saíram até agora têm vindo melhor que o esperado. Mas o clima é de cautela", afirmou Hegg, ressaltado que a agenda de indicadores e balanços da semana é pesada.
Ainda no front externo, a agência de classificação financeira Moody's baixou a nota soberana da Irlanda de "Aa1" a "Aa2" devido ao aumento de sua dívida e de suas poucas perspectivas de crescimento. A Moody's mencionou alguns fatores para justificar sua decisão, começando pela degradação das finanças públicas.
No noticiário doméstico, o boletim Focus, elaborado pelo Banco Central, apontou queda da estimativa do mercado neste ano para a inflação oficial, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), que foi reduzida de 5,45% para 5,42%. Já para 2011, a previsão foi mantida em 4,80%.
O Ministério do Desenvolvimento informou que a balança comercial do país teve saldo positivo de US$ 391 milhões na terceira semana de julho (de 12 a 18), resultado de exportações de US$ 4,192 bilhões e importações de US$ 3,801 bilhões. Na segunda semana, o superavit foi de US$ 722 milhões.