Puxada por Vale, Bovespa descola do exterior e sobe 1,18%; dólar cai a R$ 1,78 20/07/2010
- Folha Online
O mercado de ações brasileiro conseguiu se descolar das Bolsas no exterior e apresenta alta de mais de 1% no início da tarde desta terça-feira. Puxada pela continuidade da valorização dos papéis dos setores de mineração e siderurgia registrada ontem, a Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) reverteu a queda apresentada no começo do pregão.
O Ibovespa, principal índice de ações da Bolsa paulista, sobe 1,18%, aos 64.043 pontos. Ontem, a Bovespa fechou com alta de 1,54%.
A melhora no humor dos investidores no mercado doméstico também fez com que o dólar comercial virasse o sinal, registrando queda de 0,33%, no início da tarde, a R$ 1,780. A taxa de risco-país marca 221 pontos, estável.
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As ações da Vale, que influenciaram bastante a alta na segunda-feira, voltam a subir fortemente hoje. Os papéis preferenciais sobem 3,89%, para R$ 40, enquanto as ações ordinárias valorizam 3,74%, a R$ 45,70. Outros papéis de mineradoras e siderúrgicas também registram alta, como Gerdau (2,72%), CSN (3,31%), Usiminas (2,66%) e MMX (2,71%).
Outro destaque são as ações da Embraer, que anunciou hoje, durante feira de aviação na Inglaterra, a assinatura de dois contratos que podem render até R$ 10,35 bilhões em encomendas. Os papéis tinham alta de 2,70%, a R$ 9,87.
Nos Estados Unidos e na Europa, o clima é de pessimismo, embora o ritmo de queda tenha diminuído no início desta tarde. Os balanços abaixo do esperado de Goldman Sachs e IBM, além de preocupações com a Hungria dão o tom hoje no exterior.
Em Nova York, o Dow Jones cai 0,60%. Na Europa, a Bolsa de Londres cai 0,16% enquanto a Bolsa de Frankfurt opera em baixa de 0,62%.
O Goldman Sachs reportou hoje lucro de US$ 453 milhões no segundo trimestre, bastante abaixo dos US$ 2,7 bilhões um ano antes. A queda é menor decorrente de acordo estabelecido com a SEC (a Comissão de Valores Mobiliários americana) sobre as acusações de fraude, além de ter sido prejudicado por um imposto bancário no Reino Unido.
Já a IBM divulgou seu balanço ontem após o fechamento do mercado, reportando lucro líquido de US$ 3,386 bilhões no segundo trimestre, alta de 9% em um ano, superando levemente as previsões de mercado. No entanto, o volume de negócios decepcionou, com avanço de apenas 2% para US$ 23,7 bilhões.
Além disso, o número de construções iniciais de casas nos Estados Unidos registrou queda bastante acima do esperado. O indicador registrou redução de 5% em junho, contra 2,7% das previsões dos analistas. O setor foi prejudicado pelo fim de um programa de incentivo fiscal do governo, em abril.
Ainda no front externo, permancem as preocupações com a situação da Hungria, que tem tido problemas para renovar sua linha de empréstimo com o FMI (Fundo Monetário Internacional). No Reino Unido, o endividamento público líquido alcançou 14,5 bilhões de libras (US$ 22,07 bilhões) em junho, bem acima dos 13,1 bilhões de libras (US$ 19,94 bilhões) estimado pelos analistas.
Entre os dados domésticos, o IPCA-15, prévia da inflação oficial, registrou deflação de 0,09% em julho, desacelerando frente à elevação de 0,19% verificada em junho, de acordo com a pesquisa divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).