Bovespa fecha em alta de 1,84% puxada por forte elevação da Vale 20/07/2010
- Giuliana Vallone - Folha Online
A Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) fechou em forte valorização nesta terça-feira, após uma virada liderada pelas ações da Vale. Notícias sobre o aumento da demanda no minério de ferro e da produção de aço mundial ajudaram os papéis dos setores de mineração e siderurgia --que lideraram a elevação da Bolsa pelo segundo dia-- e ajudaram o mercado doméstico a se descolar do exterior no começo do dia.
O Ibovespa, principal índice de ações da Bolsa paulista, subiu 1,84% no fechamento, aos 64.462 pontos. O giro financeiro foi de R$ 7,53 bilhões, acima da média, o que pode indicar uma forte entrada de capital estrangeiro no mercado nesta terça.
Nos EUA, o índice Dow Jones teve acréscimo de 0,74% nas últimas operações na Bolsa de Nova York. O dólar comercial foi vendido por R$ 1,774, em queda de 0,67%. Os preços da moeda americana oscilaram entre R$ 1,771 e R$ 1,801.
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A World Steel Association divulgou hoje que a produção mundial de aço cresceu 18% em junho e 27,9% no primeiro semestre. Embora na maioria dos países o nível ainda esteja abaixo do registrado antes da crise, o indicador mostra que as indústrias de todo o mundo estão em ritmo de recuperação.
O diretor de vendas da Vale, Claudio Alves, afirmou hoje que a mineradora está produzindo minério de ferro com capacidade total em meio à recuperação da demanda pelo produto, liderada pela China.
Além disso, notícias dão conta de que as mineradoras vão pressionar por um aumento no preço do minério de ferro no mercado internacional no segundo semestre. O presidente da MMX, Roger Downey disse que prevê que o preço do minério vai se recuperar até do final do ano e que a perspectiva para o setor é positiva no longo prazo.
"As notícias foram todas favoráveis hoje, para a Vale e para o segmento siderúrgico", afirmou Romeu Vidali, gerente de renda variável da corretora corretora Concórdia. As ações preferenciais da Vale tiveram alta de 6,23%, para R$ 40,90, enquanto as ordinárias subiram 5,65%, para R$ 46,54.
Outro destaque entre os papéis que compõem o Ibovespa foi a Embraer, que anunciou hoje a assinatura de dois contratos que podem gerar até R$ 10,35 bilhões em encomendas. As ações subiram 6,13%, chegando a R$ 10,20.
No cenário macroeconômico, o Copom (Comitê de Política Monetária) iniciou hoje reunião para definir o rumo da taxa básica de juros do país, hoje em 10,25% ao ano. A decisão será anunciada na quarta-feira.
"Muito provavelmente devemos ter um reajuste de juros de 0,75 ponto percentual amanhã, mas olhando para frente, a gente já trabalha com a perspectiva de reajustes menores", afirmou Vidali, ressaltando a divulgação do IPCA-15, prévia da inflação oficial, que registrou deflação de 0,09% em junho.
EUA
Nos Estados Unidos, as Bolsas operaram no terreno negativo durante metade do dia, prejudicadas por balanços abaixo do esperado de Goldman Sachs e IBM. Os índices, porém, viraram e fecharam em alta, em um dia de alta volatilidade. Os ganhos foram puxados pelos setores de energia e material de construção.
O Goldman Sachs reportou hoje lucro de US$ 453 milhões no segundo trimestre, bastante abaixo dos US$ 2,7 bilhões um ano antes. Já a IBM divulgou seu balanço ontem após o fechamento do mercado, reportando lucro líquido de US$ 3,386 bilhões no segundo trimestre, alta de 9% em um ano.
Além disso, o número de construções iniciais de casas nos Estados Unidos registrou queda bastante acima do esperado. O indicador registrou redução de 5% em junho, contra 2,7% das previsões dos analistas. O setor foi prejudicado pelo fim de um programa de incentivo fiscal do governo, em abril.