Bovespa realiza lucros e cai 0,76%, após 11 altas consecutivas 03/08/2010
- Giuliana Vallone - Folha Online
Depois de subir por 11 sessões consecutivas, a Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) fechou em queda nesta terça-feira, influenciada por uma realização de lucros e por notícias ruins vindas dos Estados Unidos.
"Já estava na hora de a Bolsa realizar lucros aqui no Brasil, o mercado já esperava isso, após onze dias de alta consecutivos", disse Felipe Pellegrini, do banco Confidence.
"Era natural que houvesse essa correção, nada pode subir sem parar. Essa queda, que não precisa ser tombo, é saudável para atrair novas compras", afirmou Eduardo Otero, da UM Investimentos.
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O Ibovespa, principal índice de ações da Bolsa paulista, caiu 0,76% no fechamento, aos 67.997 pontos. O giro financeiro foi de R$ 5,79 bilhões. Nos EUA, o índice Dow Jones teve decréscimo de 0,36% nas últimas operações na Bolsa de Nova York.
O dólar comercial foi vendido por R$ 1,760, em alta de 0,51%. Os preços da moeda americana oscilaram entre R$ 1,751 e R$ 1,764.
A queda na Bolsa paulista não foi maior por conta da valorização das ações da Petrobras, que foram beneficiadas pelo anúncio de que a capitalização da companhia será feita no mês que vem. Além disso, o aumento do preço do petróleo no mercado internacional ajudou os papéis, que tiveram valorização acima de 2%.
Nos Estados Unidos, a combinação de resultados corporativos desapontadores e dados econômicos fracos lembrou aos investidores que as perspectivas para a economia continuam incertas.
As companhias Procter & Gamble e Dow Chemical reportaram lucro e receitas abaixo do esperado pelo mercado. Os resultados ofuscaram os dados melhores que as previsões da farmacêutica Pfizer.
Enquanto isso, um relatório mostrou que a renda pessoal e os gastos dos consumidores nos Estados Unidos tiveram queda de 0,1% em junho, segundo o Departamento do Comércio. A expectativa dos analistas do mercado era de ganho de 0,2% na renda e de 0,1% nos gastos, de acordo com pesquisa da Thomsom Reuters.
O Departamento também anunciou que os pedidos à indústria caíram mais que o previsto em junho, com redução de 1,2%. E um outro relatório, da NAR (Associação Nacional de Corretores de Imóveis, na sigla em inglês), apontou que as vendas pendentes de casas também tiveram queda no mês passado.
Além disso, o mercado está na expectativa dos dados do Departamento do Trabalho sobre o emprego, na sexta-feira. Os consumidores não devem aumentar significativamente seus gastos até que se sintam seguros sobre seus empregos.
Entre as outras notícias do dia, os preços ao produtor industrial subiram 0,3% na zona do euro em junho em relação a maio, segundo divulgação do escritório de estatísticas Eurostat. Nos países da UE (União Europeia), a alta foi de 0,2%.
No front doméstico, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou que a produção industrial brasileira segue há três meses sem avançar. Em junho, teve retração de 1,0% em relação a maio. No mês anterior, havia apresentado redução de 0,2% -- segundo dados revisados --, e, em abril, queda de 0,8%.