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CNA vai à Justiça para suspender campanha "Carne Legal"
06/08/2010 - Marta Salomon - Agência Estado

A presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), senadora Kátia Abreu (DEM-TO), pediu na Justiça a suspensão da campanha intitulada "Carne Legal", que recomenda aos consumidores que verifiquem a origem da carne produzida na Amazônia. A campanha, disponível ainda na internet, começou a ser veiculada em junho com três vídeos, intitulados "churrasco de desmatamento", "picadinho de trabalho escravo" e "filé de lavagem de dinheiro".

Para a CNA, a campanha tem viés ideológico e é uma forma de pressionar empresas e produtores a assinarem termos de ajuste de conduta com o Ministério Público, que valem como garantia de origem da carne. "Os produtores são acusados de crime por não aceitarem os termos impostos pelos procuradores da República capturados pela ideologia das ONGs", diz a ação apresentada à Justiça.

"Ou assina o termo ou eles difamam", disse a senadora. "É uma campanha destrutiva, uma aberração, sem objetivo a não ser difamar um setor importante", completou Abreu sobre a campanha "Carne Legal".


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De acordo com o Ministério Público, cerca de 80 Termos de Ajuste de Conduta (TACs) já foram assinados no período de um ano, desde que os procuradores federais no Pará pediram indenização de R$ 2 bilhões por danos ambientais de 11 frigoríficos e 20 fazendas de gado do Estado. Nesse período, a Amazônia registrou mais queda no desmatamento.

A pedido da senadora, a corregedora-geral do Ministério Público Federal, Ela Wieko de Castilho, abriu sindicância para apurar a participação de quatro procuradores na campanha "Carne Legal". Os vídeos foram produzidos pela Fundação Padre Anchieta. Os custos de produção e veiculação da campanha, bancada pelo Ministério Público, foram estimados em cerca de R$ 400 mil. "O Ministério Público defende a lei", reagiu o procurador da República no Pará Daniel Avelino, um dos citados na ação.

  

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