Bovespa fecha em queda de 0,94%, seguindo mercados internacionais 10/08/2010
- Giuliana Vallone - Folha Online
A Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) encerrou o dia em queda nesta terça-feira, pressionada pela queda nos mercados internacionais e pela desvalorização das "blue chips" --as ações mais negociadas-- Vale e Petrobras. A redução no preço das commodities no mercado internacional puxou a cotação dos papéis para baixo. Além disso, dados ruins vindos da China e dos Estados Unidos prejudicaram o humor dos investidores.
A queda, que chegou a 1,35% durante a sessão, foi reduzida após a divulgação de comunicado do Fed (Federal Reserve, o Banco Central dos EUA) a respeito da economia norte-americana. O aguardado documento surpreendeu os analistas, com o anúncio de medidas para estimular o crescimento, mas, por outro lado, mostrou uma visão mais pessimista da situação no país.
"O mercado começou a reagir muito mal a partir de sexta-feira, já na expectativa do Fed. Os investidores esperavam alguns ventos melhores a respeito da economia americana, mas os números não estão mostrando isso", afirmou Raffi Dokuzian, superintendente da Banif Corretora.
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O Ibovespa, principal índice de ações da Bolsa paulista, caiu 0,94% no fechamento, aos 67.223 pontos, na terceira queda consecutiva. O giro financeiro foi de R$ 5,15 bilhões. Nos EUA, o índice Dow Jones teve queda de 0,51% nas últimas operações na Bolsa de Nova York.
O dólar comercial foi vendido por R$ 1,758, em alta de 0,34%. Os preços da moeda americana oscilaram entre R$ 1,756 e R$ 1,765.
O Federal Reserve anunciou medidas adicionais para reduzir o custo dos empréstimos, em meio à frágil recuperação da economia norte-americana, anunciando que usará recursos de ativos de hipotecas que estão vencendo para comprar mais títulos públicos.
O BC, que manteve a taxa de juro no intervalo entre zero e 0,25%, também renovou seu compromisso de mantê-las nesse nível por um período prolongado, conforme esperado.
A decisão de reinvestir recursos de mais de US$ 1,3 trilhão de ativos ligados a hipotecas, num esforço para manter baixos os custos dos empréstimos, representa uma importante mudança política para a autoridade monetária.
No comunicado, porém, o Fed afirmou que a recuperação em curso e o emprego "têm desacelerado nos últimos meses".
No começo do dia, um relatório mostrou que as importações na China estão caminhando para a estagnação, o que poderia prejudicar diversas economias que dependem diretamente das exportações.
Nos EUA, o Departamento do Trabalho divulgou hoje que a produtividade fora do setor agrícola nos EUA diminuiu no segundo trimestre pela primeira vez em um ano e meio. O índice declinou a uma taxa anual de 0,9%, após subir 3,9% no primeiro trimestre. Foi a primeira vez desde o quarto trimestre de 2008 que a produção por trabalhador caiu.
No Brasil, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou que o nível de emprego na indústria cresceu 0,5% em junho, na comparação com o mês anterior, registrando o sexto resultado positivo seguido.
Em relação a igual período em 2009, houve aumento de 4,9%, a quinta alta consecutiva nesse confronto e o maior crescimento desde o início da série histórica, iniciada em janeiro de 2001. No semestre, o emprego industrial acumula alta de 2,4%.