Bovespa inicia o dia em queda de 1,59%, seguindo exterior; dólar vai a R$ 1,76 11/08/2010
- Folha Online
As ações brasileiras começaram o dia com desvalorização, seguindo novamente o movimento das Bolsas de Valores no exterior. Os temores dos investidores com a saúde da economia norte-americana aumentaram depois que o Fed (Federal Reserve, o Banco Central do país) afirmou que o ritmo de recuperação da atividade está desacelerando.
O índice Ibovespa, que reflete os preços das ações mais negociadas, cai 1,59%, aos 66.153 pontos. Na segunda-feira, a Bovespa fechou em alta de 0,94%. Nos Estados Unidos, o Dow Jones cai 1,82%.
O dólar comercial registra alta de 0,56%, em R$ 1,768. A taxa de risco-país marca 191 pontos, número 1,59% acima da pontuação anterior.
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Na terça-feira, o banco central norte-americano informou que vai reinvestir o dinheiro de títulos hipotecários na dívida do governo para conter os recentes sinais de fraqueza. A autoridade monetária manteve as taxas de juro perto de zero e renovou promessa de deixá-las baixas por um período prolongado.
A medida foi anunciada após o Fed divulgar uma visão mais cautelosa da recuperação. Em comunicado divulgado após a reunião de ontem, a autoridade monetária afirmou que a retomada da economia "desacelerou nos últimos meses." O documento reforça as declarações do presidente do Fed, Ben Bernanke, que afirmou no no mês passado que a perspectiva para a economia continua "atipicamente incerta".
Na Ásia, as Bolsas de Valores fecharam em baixa, também repercutindo o Fed. Os índices foram afetados por empresas de tecnologia, diante do receio dos investidores de que a demanda corporativa e dos consumidores possa cair.
O índice Nikkei da Bolsa de Tóquio caiu 2,7%, para 9.292 pontos, prejudicada por empresas voltadas à exportações, como a da Honda Motor, Canon e Sony. Xangai conseguiu terminar no azul, com alta de 0,47%, para 2.607 pontos.
A Agência Nacional de Estatísticas da China informou hoje que o crescimento anual da produção industrial chinesa desacelerou em julho para 13,4%, ante 13,7% em junho. A inflação ao consumidor, também na comparação com igual mês do ano passado, acelerou para 3,3% em julho, contra 2,9% em junho.
No Reino Unido, o presidente do Bank of England, o Banco Central britânico, Mervyn King, anunciou que a economia terá uma recuperação "fatiada", com mudanças no ritmo de crescimento ao longo dos próximos dois anos. De acordo com ele, o PIB (Produto Interno Bruto) britânico crescerá 2,5% em 2011, menos do que os 3,4% previstos inicialmente.
Além disso, o Departamento de Comércio americano divulgou hoje que deficit comercial dos Estados Unidos subiu 18,8% para US$ 49,9 bilhões em junho, ante os US$ 42 bilhões do mês de maio (revisado). Este é o maior deficit no país em 20 meses.
No front doméstico, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) anunciou que as vendas no comércio no país em junho cresceram 1%, na comparação com maio. O resultado completa dois meses consecutivos de crescimento no volume de vendas após a forte queda do mês de abril.