Bovespa descola do exterior e fecha em alta de 0,45%, mas cai 2,69% na semana 13/08/2010
- Folha Online
A Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) fechou a sexta-feira em alta, descolada do mercado norte-americano, que operou com bastante volatilidade ao longo do dia e terminou em queda.
O mercado doméstico foi ajudado hoje pela valorização das "blue chips" --as ações mais negociadas da Bolsa-- Petrobras e Vale e também pela OGX, de Eike Batista, que, beneficiada pela descoberta de gás anunciada pela companhia na quinta-feira, subiu 2,29%, fechando a sessão com o maior volume de negócios --R$ 746,2 milhões.
Além disso, na última meia hora de pregão, a disparada nas ações da TAM após a divulgação de acordo para fundir operações com a chilena LAN. Os papéis fecharam o dia em alta de 27,64%, a R$ 36,20.
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Ao longo de todo o dia, as ações da empresa registraram queda. Por volta das 16h, porém, quando as notícias sobre o negócio começaram a ser divulgadas, a tendência de desvalorização começou a ser revertida.
O Ibovespa, principal índice de ações da Bolsa paulista, subiu 0,45% no fechamento, aos 66.264 pontos. O giro financeiro foi de R$ 5,99 bilhões. Na semana, a queda foi de 2,69%, e, no mês, de 1,85%. No ano, a Bovespa acumula desvalorização de 3,39%.
Nos EUA, o índice Dow Jones teve queda de 0,16% nas últimas operações na Bolsa de Nova York.
O dólar comercial foi vendido por R$ 1,772, em queda de 0,11%. Os preços da moeda americana oscilaram entre R$ 1,767 e R$ 1,776.
"O mercado, de certa maneira, ficou estável ao longo do dia", afirmou Felipe Casotti, gerente de renda variável da Máxima Asset. "Na semana, o principal acontecimento foi a reunião do Fed [Federal Reserve, o Banco Central dos EUA], que desanimou um pouco o mercado. Assim, os investidores aproveitaram para realizar um pouco dos lucros, após a forte alta das últimas semanas."
O Departamento de Comércio norte-americano divulgou que as vendas do varejo subiram 0,4% em julho, após dois meses de queda. O número, porém, ficou abaixo da previsão do mercado, de 0,5%. Já o Departamento do Trabalho relatou que o Índice de Preços ao Consumidor subiu 0,3% no mês passado. O ganho, pouco acima do previsto, foi pressionado por um aumento nos preços de energia.
Além disso, sondagem da Universidade de Michigan apontou alta do nível de confiança do consumidor norte-americano no mês de agosto, em relação a julho. O índice -- Michigan Sentiment -- divulgado pelo instituto da universidade nesta sexta-feira, teve leitura de 69,6, ante 67,8 em julho.
Os últimos dados vieram em linha com uma série de relatórios conflituosos que deixam os investidores com incertezas sobre o caminho da economia dos EUA.
Na Europa, a agência de estatísticas Eurostat divulgou que o PIB (Produto Interno Bruto) da zona do euro cresceu 1% no segundo trimestre, o que representa forte aceleração na comparação com os três primeiros meses do ano.
O crescimento dos 16 países que integram a zona do euro superou no segundo trimestre o dos Estados Unidos, com alta de 1%, o que representa uma forte aceleração na comparação com os três primeiros meses do ano, anunciou nesta sexta-feira a agência europeia de estatísticas Eurostat.
O maior ritmo de expansão do bloco monetário em mais de três anos, que se compara ao avanço econômico de apenas 0,2% no primeiro trimestre, ficou acima das previsões do mercado e também acima do crescimento de 0,6% registrado nos Estados Unidos no período.
Além disso, a região registrou em junho um superavit comercial de 2,4 bilhões de euros (US$ 3,08 bilhões), após um forte deficit de 3,3 bilhões de euros (US$ 4,24 bilhões) em maio. Londres subiu 0,17%, enquanto Frankfurt registrou desvalorização de 0,40%.