Bovespa intesifica queda, com piora nos EUA e Petrobras; dólar sobe 19/08/2010
- Folha Online
A Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) intensificou o ritmo de queda nesta tarde, influenciada por um aumento acima do esperado nos pedidos iniciais de auxílio-desemprego nos Estados Unidos e pela forte queda nas ações da Petrobras.
O índice Ibovespa, que reflete os preços das ações mais negociadas, cai 0,88%, aos 67.040 pontos. Na quarta-feira, a Bovespa fechou em alta de 0,08%. Nos Estados Unidos, o Dow Jones cede 1,62%.
O dólar comercial registra alta de 0,51%, em R$ 1,762. A taxa de risco-país marca 201 pontos, número 2,03% acima da pontuação anterior.
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O Departamento de Trabalho dos Estados Unidos anunciou hoje que os pedidos de auxílio-desemprego subiram em 12 mil na última semana, para 500 mil. A previsão do mercado era de que o número registrasse leve queda.
O desemprego em alta é considerado o principal entrave à recuperação da economia norte-americana, porque as preocupações da população com seus empregos fizeram com que os consumidores reduzissem seus gastos --o consumo das família é o principal motor da atividade econômica no país.
Os dados ruins foram divulgados minutos após os índices nos Estados Unidos registrarem leve alta por conta da notícia de que a Intel está comprando a McAfee. A aquisição é avaliada em US$ 7,68 bilhões.
Os dois anúncios são os últimos a apontar para um quadro conflitante de recuperação. Os relatórios econômicos vêm regularmente mostrando que o ritmo de retomada da economia está diminuindo, fazendo com que as companhias fiquem receosas em contratar mais trabalhadores. O temor atingiu as Bolsas nos últimos dias.
Mas, ao mesmo tempo, os balanços corporativos anunciados nessa temporada, incluindo os lucros reportados no semestre, mostraram amplamente que as companhias estão indo bem. A atividade de fusões e aquisições costuma ser considerada um sinal positivo, porque significa que as empresas estão dispostas a gastar para ampliar seus negócios e estão confiantes de que as perspectivas estão melhorando.
Na Europa, as Bolsas fecharam em queda, também afetadas pelos dados dos EUA. Em Londres, o índice Financial Times fechou em queda de 1,73%, a 5.211 pontos. Em Frankfurt, o índice DAX caiu 1,8%, para 6.075 pontos.
PETROBRAS
A queda na Bolsa paulista é novamente liderada pela desvalorização das ações da Petrobras, que ontem caíram mais de 2%. Os papéis da companhia vêm sofrendo com as incertezas sobre o processo de capitalização da companhia. Ontem, a notícia de que o megainvestidor George Soros vendeu no segundo trimestre todas as suas aplicações em papéis da companhia estatal prejudicou as ações.
Nesta quinta, notícias de que a companhia poderia pagar um preço maior que o esperado pelos barris de petróleo do pré-sal que serão cedidos pelo governo, em processo de cessão onerosa, em seu processo de capitalização voltaram a prejudicar os papéis.
Em nota, a companhia afirma que "a cessão onerosa continua em negociação e que a companhia vem trabalhando para cumprir seu cronograma de realizar eventual oferta pública de ações em setembro. Até o momento, qualquer discussão sobre o valor dos barris da cessão onerosa é mera especulação, isso porque os laudos das certificadoras ainda não estão prontos."
As ações preferenciais registram queda de 2,42%, enquanto as ordinárias caem 3,11%.