Bovespa fecha em queda de 0,51%; ações da Petrobras perdem 4,3% 08/09/2010
- Folha Online
A Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) não saiu do campo negativo durante toda a rodada de negócios desta quarta-feira, no dia seguinte ao feriado da Independência. Na contramão dos mercados externos, o investidor refletiu a queda de ontem das Bolsas americanas, quando preocupações com o setor bancário europeu desestimularam as compras. O "Livro Bege" reforçou que a economia americana está em desaceleração, porém não ao ponto de derrubar o Dow Jones na jornada de hoje.
O investidor também devolveu parte dos fortes ganhos contabilizados nos papéis da Petrobras, apagando a "euforia" da semana passada. A ação preferencial, que movimentou R$ 906 milhões, teve perdas de 4,33% neste pregão.
O Ibovespa, principal índice de ações da Bolsa paulista, desvalorizou 0,51% no fechamento, aos 66.407 pontos. O giro financeiro foi de R$ 5,7 bilhões. Nos EUA, o índice Dow Jones, da Bolsa de Nova York, subiu 0,45% no encerramento das operações.
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Analistas destacaram a tradicional "correção" de preços que os investidores da Bolsa brasileira operam quando o mercado fica descompassado em relação à praça externa.
"Ontem o mercado brasileiro não operou e lá fora, as Bolsas caíram. Acho que por esse motivo a Bovespa foi na contramão dos mercados [externos] e desvalorizou, muita concentrada nos papéis da Petrobras", comenta Fábio Prandini, da mesa de operações da Elite Corretora. Para o profissional, a queda de hoje das ações pode ser um reflexo de alguma desconfiança dos investidores sobre o processo de capitalização. "Os prospectos estão complicados e acredito que o investidor está com muitas dúvidas. Fica a impressão de que o governo quer aumentar seu peso, sem se importar muito com o acionista minoritário", acrescenta.
O dólar comercial foi vendido por R$ 1,725, em baixa de 0,11%. Os preços da moeda americana oscilaram entre R$ 1,733 e R$ 1,721.
Entre as principais notícias do dia, O banco central americano divulgou hoje que, em quase metade das 12 regiões pesquisadas, ainda há sinais de desaceleração da economia. Segundo o Federal Reserve, o consumidor ainda limita suas compras a produtos essenciais, enquanto o setor imobiliário continua a mostrar um ritmo lento de vendas.
O mesmo órgão comunicou que houve na contração no volume de empréstimos ao consumidor em julho. Segundo o "Fed", os empréstimos caíram a uma taxa anual de US$ 3,6 bilhões em julho -- na relação de crédito concedido. Este é o sexto recuo consecutivo do crédito no país.
Ainda no front externo, o governo alemão informou que as exportações desse país cresceram 18,7% em julho. O superavit comercial foi de US$ 17,38 bilhões, levemente inferior ao do mesmo período de 2009.
O IBGE reportou que empregados com carteira assinada já representam 60% da massa total de trabalhadores do país; e que, embora a renda mensal tenha crescido 20% nos últimos anos, ainda não recuperou os níveis da década de 90.
A FGV revelou que o nível de confiança dos empresários do setor de serviços na economia voltou a subir em agosto, após uma piora nos últimos quatro meses. E um levantamento da Serasa indicou que a demanda dos consumidores por crédito está em seu patamar mais alto dos últimos três anos.