Bovespa cai 0,69% no fechamento, com fortes perdas em ações das Petrobras 21/09/2010
- Folha Online
A Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) manteve-se em terreno negativo durante toda a jornada desta terça-feira. Analistas avaliaram que a decisão do Banco Central, apesar da grande expectativa, teve pouco efeito sobre os negócios, devido à ausência de maiores novidades no comunicado oficial. Mais uma vez, as ações da Petrobras acentuaram o ritmo de perdas no mercado doméstico.
A ação preferencial da estatal cedeu 2,76%, sendo alvo de R$ 765 milhões em negócios, no topo da lista dos papéis mais movimentados pelos investidores. Na quinta-feira, os bancos responsáveis devem anunciar o preço por ação estabelecido no processo de "bookbuilding". A ação ordinária, com giro de R$ 136 milhões, desvalorizou 3,2%.
O índice Ibovespa, que reflete os preços das ações mais negociadas, recuou 0,69% no fechamento, aos 67.719 pontos. O giro financeiro foi de R$ 5,98 bilhões. Nos EUA, o índice Dow Jones, da Bolsa de Nova York, registrou leve alta de 0,07% no encerramento das operações.
PUBLICIDADE
"Havia muita expectativa em torno do banco central americano; Havia alguma esperança de que ele pudesse anunciar compra de ativos, quer dizer, mais medidas para injetar dinheiro na economia, mas o comunicado não trouxe muitas novidades. Aqui dentro, nós ainda continuamos muito afetados pela oferta pública da Petrobras. Ainda tem muita gente vendendo para fazer caixa, ou para derrubar os preços", comenta Marcelo Mattos, operador da Geraldo Correa Corretora.
O dólar comercial foi vendido por R$ 1,718, em um declínio de 0,57%. Os preços da moeda americana oscilaram entre R$ 1,735 e R$ 1,715.
Entre as principais notícias do dia, o Banco Central americano manteve a taxa básica de juros em 0,25% ao ano, conforme expectativas do mercado. A autoridade monetária desse país também reafirmou que vai manter os estímulos à economia.
Horas antes, o Departamento de Comércio dos EUA havia informado que o ritmo de construção de casas aumentou 10,5% em agosto, atingindo a marca de 598 mil neste período. Economistas do setor financeiro projetavam uma cifra em torno de 550 mil.
Ainda no front externo, os leilões de títulos da dívida pública, promovidos por Irlanda e Grécia, tiveram forte demanda por investidores. No caso da nação mediterrânea, a procura foi de seis vezes o montante esperado para a operação. Os bônus gregos ainda pagaram juros acima de 10%, os mais altos nesse mercado de bônus públicos da Europa.
No caso da Irlanda, houve uma demanda até cinco vezes maior do que a oferta em uma das emissões de títulos. E os juros pagos foram mais altos do que as emissões anteriores.
Internamente, houve a divulgação de estimativas prévias de dois importantes índices de preços: a prévia do IGP-M apontou variação de 1,03% neste mês, ante 0,55% no período anterior; Já o IPCA-15 teve uma variação de 0,31% em setembro, ante uma deflação de 0,05% em agosto.
O BC detectou um deficit recorde no saldo de gastos dos turistas brasileiros no exterior, que bateu US$ 6 bilhões no acumulado deste ano. Trata-se do pior deficit desde 1947, início da série histórica.
A autoridade monetária ainda registrou um deficit recorde nas transações do Brasil com o exterior -- de US$ 2,86 bilhões, em agosto -- o maior patamar na comparação do PIB (Produto Interno Bruto) desde o final do governo FHC.