Bovespa fecha com avanço de 0,89%; ação da Petrobras caem 1,4% 22/09/2010
- Epaminondas Neto - Folha Online
A Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) contabilizou ganhos na contramão dos demais mercados, com a procura dos investidores por ações da Vale e das demais empresas baseadas em commodities. Os papéis da mineradora, apontada como maior pivô da recuperação de hoje, foram influenciados pela alta dos metais no exterior.
O Ibovespa, principal termômetro dos negócios da Bolsa paulista, avançou 0,89% no fechamento, batendo nos 68.325 pontos. O giro financeiro foi de R$ 7,43 bilhões, bem acima da média mensal (R$ 5,9 bilhões/dia). Nos EUA, o índice acionário Dow Jones, da Bolsa de Nova York, cedeu 0,20% no encerramento das operações.
As ações preferenciais da Vale movimentaram R$ 865 milhões em negócios, registrando ganhos de 1,56%. A ação ordinária, que girou R$ 221 milhões, teve alta de 1,80%.
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Já os papéis da Petrobras não fugiram da tendência de baixa predominante nos últimos dias. A ação preferencial desvalorizou 1,40%, sendo o papel mais negociado no pregão de hoje (R$ 1,13 bilhão). A ação ordinária teve perdas de 0,33%, com giro de R$ 237 milhões.
Hoje foi o último dia para pedir a reserva das novas ações da Petrobras. A oferta pública está prevista para o final do mês. Amanhã será definido o preço dos novos papéis, que estreiam na segunda.
O dólar comercial foi vendido por R$ 1,721, em alta de 0,17%. Os preços da moeda americana oscilaram entre R$ 1,725 e R$ 1,705.
EXPECTATIVAS
O índice Ibovespa encerrou um pregão acima dos 68 mil pontos pela oitava vez nestes últimos meses, numa indicação que esse nível de preços tem sido um "muro" resistente para o mercado brasileiro de ações. No entanto, especialistas têm mantido sua projeção de que a Bolsa pode bater superar a marca dos 75 mil pontos até o final deste ano.
Essa projeção ganhou reforço nos últimos dias, com o anúncio oficial do "fim da recessão" nos EUA, estabelecido em junho do ano passado, e o relatório do organismo internacional OCDE projetando que a maior economia do planeta deve crescer 2,6% ano que vem.
"Acompanhando um noticiário mais tranquilizador no plano internacional, temos a perspectiva de avanço da liquidez da Bovespa com conclusão da oferta pública da Petrobras (...) Acreditamos que dentro deste cenário mais benigno do mercado acionário, o Ibovespa poderá evoluir para nossa meta de 75 mil pontos até o final do ano ", comenta a equipe de analistas da Gradual Investimentos, em relatório.
JAPÃO E EUA
Entre as principais notícias do dia, o governo japonês indicou que deve intervir novamente no mercado de câmbio. Na semana passada, as autoridades econômicas venderam moeda no mercado local, onde o iene atingiu sua maior cotação frente ao dólar em 15 anos.
A agência de estatísticas Eurostat informou que as encomendas ao setor industrial, na região da zona do euro, contraíram 2,4% em julho, na comparação com junho. Economistas do setor financeiro esperavam uma queda menor, em torno de 1,1%.
Após Irlanda e Grécia, foi a vez de Portugal testar o mercado com uma emissão de 750 milhões de euros (US$ 993,22 milhões) em bônus do Tesouro. A demanda foi de quatro vezes a oferta, mas os juros aceitos pelos investidores para embolsar os papéis ficaram acima do praticado nas operações anteriores.
No front doméstico, o Banco Central elevou sua projeção de crescimento do crédito de 20% para 22%. O saldo das operações de empréstimo subiu 2,2% em agosto desde ano, percentual mais alto desde julho de 2009, e chegou ao valor novamente recorde de R$ 1,58 trilhão.
E nos EUA, o Departamento de Energia informou que o estoque de barris de petróleo bateu a casa dos 358,3 milhões na semana terminada em 17 de setembro, ante os 357,4 milhões de unidades da semana anterior.