Bovespa avança 0,60% no fechamento, em nível mais alto desde abril 28/09/2010
- Epaminondas Neto - Folha Online
A Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) teve mais um dia de recuperação, retomando um patamar de preços não visto desde a última semana de abril. O desempenho positivo das Bolsas americanas, e a valorização das ações da Petrobras e da Vale, os papéis mais negociados, puxaram o mercado doméstico.
O índice Ibovespa, que reflete os preços das ações mais negociadas, valorizou 0,60% no fechamento, atingindo os 69.227 pontos. O giro financeiro foi de R$ 6,06 bilhões. Nos EUA, o índice Dow Jones, da Bolsa de Nova York, avançou 0,43% no encerramento das operações.
As ações da Petrobras, contrariando expectativas de uma "disparada", têm oscilado gradativamente. Hoje, a ação preferencial (alvo de quase R$ 1 bilhão em negócios) subiu 0,75%, enquanto a ordinária ficou 0,56% mais barata.
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Para analistas, o fim da capitalização deve contribuir para "destravar" o mercado em geral, mais do que os papéis da petrolífera."Você tem pensar em quantos IPOs [ofertas públicas] não pararam, à espera, por causa dessa capitalização, ou em quantas pessoas não venderam outras ações, para fazer caixa, também à espera dessa operação. O efeito disso com certeza vai ser maior sobre o mercado", comenta Luiz Gustavo Medina, economista da M2 Investimentos.
Medina lembra que restam várias incertezas sobre a trajetória da empresa, o que ainda deve afetar os preços das ações. "A Petrobras vai ter uns cinco anos pela frente, na melhor das hipóteses, em que vai fazer muitos investimentos, e vai ter que distribuir os resultados por uma base muito maior", acrescenta.
O dólar comercial foi mantido em R$ 1,710. Os preços da moeda americana oscilaram entre R$ 1,715 e R$ 1,706. O Banco Central fez hoje um dos seus leilões mais tardios para compra de moeda: às 16h16 (hora de Brasília), após outro às 12h20. Nos dois casos, o BC aceitou ofertas por R$ 1,7098 (taxa de corte).
Entre as primeiras notícias do dia, o BCE (Banco Central Europeu) advertiu que não deve renovar uma parcela dos estímulos econômicos concedidos no auge da crise financeira de 2008. Ainda na Europa, o governo britânico informou que o PIB (Produto Interno Bruto) expandiu a sua maior taxa (1,2%) no segundo trimestre em nove anos.
Nos EUA, o índice de preços do setor imobiliário S&P/Case-Shiller teve um aumento de 0.6% em julho ante junho e de 3,2% sobre o sétimo mês do ano passado. Dentre as 20 regiões metropolitanas acompanhadas por esse indicador, em pelo menos 12 houve valorização dos imóveis.
E o instituto privado Conference Board apontou uma piora do nível de confiança do consumidor americano na economia de seu país. O índice que reflete o sentimento dos consumidores americanos teve uma leitura de 48,5 em setembro, ante 53,2 em agosto (dado revisado). O mercado esperava um recuo menor para os 52,8 pontos, ficando acima de 50.
No front doméstico, o Banco Central informou que o chamado "governo central" (Tesouro, BC e Previdência) teve um superavit de R$ 4 bilhões em agosto nas contas, quase quintuplicando o saldo positivo de julho.