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FALOOOUU...

O Brasil já não vende
06/03/2002

Desconfiança, ceticismo e temor em torno da seleção brasileira. E em um setor em especial, o dos patrocinadores, publicitários e das televisões, o que se sente além disso é desalento e preocupação. Falta brilho, talento e resultados à equipe, falta entre os jogadores alguém com carisma.

Quando se trata de um mercado que mobilizará, só durante a Copa do Mundo, 400 milhões de dólares, é fácil entender o desespero desses profissionais.

A pouco mais de três meses do início da Copa, as agências de publicidade não sabem como criar as campanhas dos grandes patrocinadores. Ninguém aceita colocar todas as suas fichas em uma única aposta, a seleção.


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O brasileiro médio é um crítico ferrenho, mas se entusiasma com a Copa, quando recobra a confiança naqueles que antes demolia. Mas nunca o ceticismo foi tão agudo.

A seleção que representa o país campeão em 1958, 1962, 1970 e 1994 não tem o carisma e a magia de antes. Hoje se considera que o manto sagrado, a camisa amarela, implica um risco econômico grande demais. Scolari, seu técnico, se transformou em um exemplo de antimarketing.

Entre os jogadores, o cenário é mais desolador ainda. Tanto que um dos maiores aliados, a marca Coca-Cola, elegeu como figura central de sua campanha Romário, que nem sequer foi confirmado por Scolari para a Copa. Então, à Coca Cola não restou outro remédio senão associar sua imagem à da história, a Pelé.

A Brahma, uma cerveja que obteve uma grande penetração ao contar em 1994 con Raí, Bebeto, Zinho e Romário, está com seus publicitários enlouquecidos. Não sabem quem propor como símbolo.

Ronaldo, que Scolari dá como certo, mesmo afastado do campo por suas recorrentes lesões, não deixou de ser um fenômeno de marketing.

A Nike, que o tem sob um contrato milionário, admite que estuda outras opções: Roberto Carlos, Denilson e Ronaldinho Gaúcho. Mas seus estrategistas admitem que nem juntos os três alcançam a metade do carisma do ex-barcelonista.

Ninguém nega que só existem duas grandes figuras: Romário e Ronaldo. Mas o primeiro não aparece nas listas de Scolari e o segundo continua no estaleiro.

A rede de televisão Globo, que comprou por 80 milhões de dólares os direitos de transmissão do Mundial, não conseguiu vender as seis cotas de 15 milhões que ofereceu ao mercado.

A Coca-Cola, a Volkswagen, o banco privado Itaú e a AMBEV ainda não sabem se investem na seleção ou em um jogador.

...

Trasncrito do jornal El País - edição da última segunda-feira, 04/03.

  

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