Roberto de Oliveira Campos -- economista, diplomata e professor -- nasceu em Nossa Senhora do Livramento, Mato Grosso, em 17 de abril de 1917 e faleceu no Rio de Janeiro dia 9 de Outubro de 2001.
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¨O mercado é apenas o lugar em que as pessoas transacionam livremente entre si. Só isso. Mas não é pouco, porque no seu espaço a interação competitiva entre os agentes econômicos equivale a um plebiscito ininterrupto, que não só permite fazer uma apuração, a todos os momentos revista, das preferências dos indivíduos, como lhes dá uma medição quantitativa, tornando possível, por conseguinte, o cálculo racional.¨
¨Os socialistas, e em especial os marxistas, sempre pensaram que existia um estado natural de abundância. Nada mais simples, portanto, que a economia de Robin Hood: tirar dos ricos para dar aos pobres.¨
¨É pela automaticidade, do castigo, e não por inspiração divina, que os empresários privados não param de pensar em custos.¨
¨Há várias maneiras de prejudicar os pobres. Elas têm sido deligentemente utilizadas por pessoas e instituições, com intenções perigosamente boas. Comecemos pela Igreja Católica. Sua opção pelos pobres tem sido uma opção pela pobreza. De um lado, favorece a proliferação dos pobres, opondo-se a técnicas ¨artificiais¨ de controle de natalidade, que são as únicas realmente eficazes, pois a abstenção sexual nas épocas férteis não é esporte fácil nos trópicos. De outro, contribui para a criação de uma mentalidade anticapitalista, pela suspicácia em relação ao lucro empresarial.¨
¨Como diz Hayek, o poder sindical é essencialmente o poder de privar alguém de trabalhar aos salários que estaria disposto a aceitar.¨
¨Quem se preocupa sinceramente com os pobres deve buscar, obsessivamente, elevar a demanda de mão-de-obra através de medidas como:
1) A privatização de empresas estatais, pois o governo falido perdeu a capacidade de investir;
2) A eliminação de restrições ao capital estrangeiro, que geraria empregos e traria tecnologia;
3) A diminuição dos encargos sociais e burocráticos, que oneram o custo da contratação.¨
¨É divertidíssima a esquizofrenia de nossos artistas e intelectuais de esquerda: admiram o socialismo de Fidel Castro, mas adoram também três coisas que só o capitalismo sabe dar - bons cachês em moeda forte; ausência de censura e consumismo burguês. Trata-se de filhos de Marx numa transa adúltera com a Coca-Cola...¨
¨Admitir o ´liberalismo explícito´, num país de cultura dirigista, é coisa tão esquisita como praticar sexo explícito em público. Não dá cadeia, mas gera patrulhamento ideológico. A etiqueta de ´socialista´ ou ´centro-esquerda´ dá um ar de respeitabilidade a qualquer patife ou imbecil, animais abundantes na praça...¨
¨No meu dicionário, ´socialista´ é o cara que alardeia intenções e dispensa resultados, adora ser generoso com o dinheiro alheio, e prega igualdade social, mas se considera mais igual que os outros...¨
¨Nossas leis, assim como a Constituição de 1988, são abundantes em garantias. O problema é que o irrealismo das promessas e reinvidicações resulta no crescimento do mercado informal, à margem das leis. Isso enseja a formulação de uma nova lei sociológica: ´a redução do número de garantidos é diretamente proporcional à ampliação das garantias´.¨
¨O bem que o Estado pode fazer é limitado; o mal, infinito. O que ele nos pode dar é sempre menos do que nos pode tirar.¨
¨O subdesenvolvido procura soluções mágicas. Quando faltava chuva, o inca não tinha dúvida: sacrificava algumas crianças ao deus de plantão. Aqui, a mágica agora é o denuncismo do ´pega corrupto´. Esquecemos as razões profundas da corrupção, a falência múltipla do Estado, obsoleto, corporativo, ocupado por interesses espúrios, cuja ineficiência tem por maiores vítimas os pobres e indefesos. Se continuarmos a pensar nos sintomas, e não na doença, não conseguiremos mudar as coisas. Só se Deus for mesmo brasileiro...¨
¨(...) pessoas sérias raramente têm tempo e estômago para as futricas e brigas para ocupar o espaço corporativo. A OAB conseguiu a façanha de ser mencionada três vezes na ´Constituição besteirol´ de 1988. É talvez o único caso no mundo em que um clube de profissionais conseguiu sacralização no texto constitucional...¨
¨A independência do juiz não é uma faculdade absoluta, poder fazer o que queira sem dar satisfações. O juiz não tem, nem pode pleitear, moral ou profissionalmente, nenhuma independência diante da lei. Ele é, tem de ser, pelo contrário, um servidor incondicional da lei.¨
¨O primeiro e mais absoluto dos direitos do cidadão está no pleno conhecimento da lei. E para isso, é preciso que a lei seja uniforme e clara, e que haja uma única fonte de interpretação definitiva.¨
¨Nossas esquerdas não gostam dos pobres. Gostam mesmo é dos funcionários públicos. São estes que, gozando de estabilidade, fazem greves, votam no Lula, pagam contribuição para a CUT. Os pobres não fazem nada disso. São uns chatos...¨
¨O governo não consegue segurar a criminalidade? Pouco importa, basta desarmar o cidadão comum, de bem, esse que não comete crimes, e diante da insegurança oficializada, pediria pelo menos a ilusão de uma chance de se defender, por pequena que fosse.¨
¨O colapso do socialismo não foi mero acidente histórico, resultante da barbárie da União Soviética ou da perversão de carniceiros como Stalin e Mao Tsé-Tung. Era algo cientificamente previsível. Os aludidos cientistas sociais teriam certamente chegado a essa conclusão se, ao invés de treslerem a história, tivessem lido os grandes liberais austríacos.¨
¨Seria uma ressurreição satânica retirarmos Lula e Brizola - esse casamento do analfabetismo econômico com o obsoletismo ideológico - do lixo da história para o palco do poder.¨
¨Quando sociólogos e economistas buscam classificar nossas estruturas, os apelidos usados são: mercantilismo, patrimonialismo, estatismo, pré-capitalismo, proto-socialismo e dirigismo burocrático. A acusação menos cabível é precisamente a de ´liberalismo´. Assim, a advertência contra os perigos do neoliberalismo soa como um chute no vácuo.¨
¨Segundo Marx, para acabar com os males do mundo, bastava distribuir. Foi fatal. Os socialistas nunca mais entenderam a escassez.¨
¨São três as raízes da nossa cultura: a cultura ibérica, que é a cultura do privilégio; a cultura africana, que é a cultura da magia; e a cultura indígena, que é a cultura da indolência. Com esses ingredientes, o desenvolvimento econômico é uma parada...¨
¨Os dois monstros gêmeos, o comunismo e o nazismo, têm vocação genocida. Naquele, o genocídio de classe; neste, o genocídio de raça.¨
¨A violência comunista não foi mera aberração da psique eslava, mas sim algo diabolicamente inerente à engenharia social marxista, que, querendo reformar o homem pela força, transforma os dissidentes primeiro em inimigos, e depois em vítimas.¨
¨Comparados ao carniceiro profissional do Caribe, os militares brasileiros parecem escoteiros destreinados apartando um conflito de subúrbio...¨
¨É sumamente melancólico - porém não irrealista - admitir-se que no albor dos anos 60 este grande país não tinha senão duas miseráveis opções: ´anos de chumbo´ ou ´rios de sangue´...¨
¨Tributar pesadamente, tirando do mais capaz e do mais motivado para dar ao menos capaz ou menos disposto, em geral redunda em punir aqueles, sem corrigir estes.¨
¨O governo não passa de um aglomerado de burocratas e políticos, que almoçam poder, promoção e privilégios. Somente na sobremesa pensam no ‘bem comum’¨
¨Mais importante que as riquezas naturais são as riquezas artificiais da educação e tecnologia.¨
¨No Brasil, a res publica é cosa nostra.¨
Fonte: Wikipédia
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Comentários dos Leitores Os textos dos leitores são apresentados na ordem decrescente de data. As opiniões aqui reproduzidas não expressam necessariamente a opinião do site, sendo de responsabilidade de seus autores.
Comentário de walter de mello (walterdemello@hotmail.com.br) Em 03/02/2006, 14h06
carater, não tem pra todos, mas sobrava nele
com sua larga capacidade, experiência e simpatia, que tive a graça de conhecer através Enio Pepino e de meu pai que com ele conviveram, acrediot que nos dias de hoje ele diria:
um dos primeiros presidentes do Brasil foi , Prudente de Morais, e de lá para cá os seguintes foram quase sempre, imprudentes e/ou imorais
Comentário de tag (tguedesdafonseca@yahoo.com.br) Em 12/12/2005, 13h42
Brilhante
Adorava conversar com o Senador e com o deputado, depois, quando os túneis do parlamento fechavam-se em trevas pare
ele, e meu Mestre, Josaphat Marinho,
não lembro de ninguém mais, além de Marco Maciel e sua arte de congregado mariano,
a aproximar-se daquele homem magro, rosto
tenso, olhar de serpente, apenas para ouví-lo,
e ainda tenho minha lanterna de popa, autografada.