CURTO & GROSSO

Edição de 21/11/2012

Marcos Antonio Moreira - fazperereca@yahoo.com.br

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Dupla Maggi/Silval sonha reeditar a dobradinha vitoriosa na eleição de 2010, quando disputaram o Senado e o governo do Estado, respectivamente, só que com o sinal trocado.

Não está proibido e nem é pecado sonhar, ainda -- apesar dos esforços dos petralhas no sentido de "alinhar" e "sintonizar", ou seja, enquadrar, pasteurizar a aspiração da bugrada com os da "causa" da companheirada.

É o caso de se questionar: o que Soja Majestade e o Esse-Lentíssimo Garimpeiro-Caloteiro-açu vão dizer lá em casa, depois de quebrar o Erário às custas de sucessivos escândalos, um mais cabeludo que o outro, todos com seis dígitos depois da casa?

O que dirão para "justificar" a não duplicação da rodovia Cuiabá/Chapada, os asfaltos biodegráveis, a falência múltipla dos órgãos da saúde, o descalabro na segurança -- são mais aspones que o contingente de PMs, na ativa e aposentados --, o a cada ano que se finda mais vergonhoso desempenho no quesito educação e, dentro em breve -- só resta o de Cuiabá; o mais atrasado e suspeito -- a paralisação das obradas do VLT?

R$ 1 bilhão depois, o que farão com a Arena Pantanal, após a Copa -- um fantasma desidratado e bem feíiinho a assombrá-los, justamente durante a campanha eleitoral? Megavelórios coletivos?

Insistir naquela conversinha calhorda de que o "importante é olhar sempre pra frente e não olhar pra trás"?

Assim, vão acabar "mordendo fronha". Enrabados, para usar o português castiço, sem jaça, politicamente correto.

Evidentemente que ambos não são idiotas. Sabem, perfeitamente, que não terão a menor chance nas urnas em 2014.

O Menininho Mimadinho do Rio Bostinha, que não tem nada a perder -- continua senador -- aproveita para mais uma vez correr o chapéu entre a empreiteiraiada e botinudos e aumentar ainda mais sua fortuna...

...Enquanto o lombrosiano capataz do tenebroso garimpo Castelo dos Sonhos irá tentar o triplo salto mortal no escuro e sem redes, porém -- sempre tem um "porém" -- muito bem escorado em um resistente fio de aço.

Silval Cunha Barbosa, que vai precisar e muito -- e bota "precisar e muito" nisto! -- de foro privilegiado após deixar o Paiaguás, já se garantiu: irá para o Tribunal de Contas -- está tudo acertado na Assembleia, que é a dona da vaga -- tão logo consumada a derrota, função que lhe garante tal prerrogativa e, pelo menos, algum tempo de sobrevida pública no bem-bão...

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"De repente, não mais que de repente", como escreveu o poeta Vinicius de Moraes, os companheiros do Partido dos Trabalhadores, teoricamente tão atentos às agruras da realidade nacional, constataram as condições desumanas de vida dos presidiários brasileiros.

Usando uma gíria jocosa em voga nos anos 60 nos "bacuraus" da Praça do Rotary, em Campina Grande (PB), "estão descobrindo o Brasil de bicicleta".

Ninguém jamais precisou passar uma noite que fosse numa cela de prisão no Brasil para saber que, ao contrário do que se diz, esta não é uma sucursal do inferno, mas o reino de Satã é que deve ser um posto avançado de qualquer uma delas.

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1 - Os corredores do Hospital Municipal e Pronto-Socorro de Cuiabá (HMPSC) voltaram a ser ocupados. Cerca de 20 pacientes aguardam em macas, no chão, por uma vaga na sala amarela ou um quarto da enfermaria -- informa reportagem do jornal daquele grupo de comunicação que nem precisou esperar no corredor para embolsar seu milionário "legado antecipado" da Copa.

Enquanto isso, no Castelo dos Sonhos, digo, Palácio Paiaguás, a prioridade das prioridades prioritárias do Esse-Lentíssimo Garimpeiro-Caloteiro-açu é nhapar todo dinheiro que entra, inclusive o que deve ser repassado aos municípios, para investir nas obradas do Mundial da Fifa.

2 - Bandidos incendeiam fazenda, metralham veículos e amarram jovem em árvore -- informa reportagem do "Olhar Direto" com informações do saite "Nortão Notícias" de Nova Ubiratã.

3 - "Em MT, 82% dos processos não estão andando", diz (Orlando) Perri ... Presidente eleito do Tribunal de Justiça, diz que prioridade será primeiro grau -- informa reportagem do saite "MidiaNews".

Não aquele que moveu contra esse pobre marquês, que mereceu rito sumaríssimo -- e bota "rito sumaríssimo" nisto! --, cerca de 20 dias entre a inicial, a condenação e publicação da sentença, seguramente um recorde na história da Justiça de Mato Grosso, façanha que está a merecer o reconhecimento e um prêmio do Conselho Nacional de Justiça.

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O absoluto desrespeito institucional que significa classificar a Suprema Corte do País como tribunal de exceção por causa do julgamento do mensalão é despropósito que beira o golpismo.

Mais absurdo ainda é verificar que essa tentativa de golpear uma das instituições fundamentais do sistema democrático é explicitamente estimulada pelo partido que há mais de uma década exerce -- inclusive pelos meios ora judicialmente condenados -- a hegemonia política no plano federal: o PT.

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Atraso "é da regra do jogo", disse a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, ao comentar a execução do Programa de Aceleração do Crescimento, um sucesso muito maior nos balanços oficiais do que na realidade dos canteiros de obras.

Mais do que contestável, essa é uma afirmação perigosa. Atrasos elevam custos e quem paga a conta é o contribuinte. Quanto maior a demora, maior o risco de revisão de contratos para aumento de preços.

Se fosse necessário algum exemplo, bastaria apontar os investimentos previstos para a Copa do Mundo.

Toda a projeção de gastos foi amplamente estourada, porque os trabalhos se atrasaram desde o começo e só ganharam algum impulso depois de humilhantes pressões da Fifa.

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No edifício central da Praça dos Três Poderes, a apresentação das conclusões de uma CPI criada por motivos tortos e extinta por razões torpes.

No prédio ao lado, a ascensão à presidência do Supremo Tribunal Federal do relator de um processo que, se não muda o País, faz subir de patamar a confiança das pessoas na Justiça.

Uma coincidência de calendário muito oportuna para a análise do contraste entre os papéis cumpridos pelos Poderes Legislativo e Judiciário em trajetórias crescentemente opostas.

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