De acordo com a publicação, são dezenas de conversas (áudios, e-mails e mensagens de WhatsApp) entre Renata e o diretor jurídico da empresa, Francisco de Assis e Silva.
Nelas, os dois traçam estratégias para obter decisões favoráveis a empresas do grupo por meio de pagamentos em espécie ou tráfico de influência - uma vez que a mãe de Renata, Maria do Carmo Cardoso, é desembargadora do Tribunal Regional Federal e estava com a relatoria de um processo.
Não conheço a delação de Lúcio Funaro. Sei apenas que é o réu mais violento no nível verbal: ameaça literalmente comer o fígado de adversários. Funaro já enrolou a Justiça uma vez. Deve ser uma pessoa cheia de truques, como parecem ser os irmãos Batista.
Janot afirmou que, enquanto houver bambu, vai lançar suas flechas. É uma afirmação quantitativa. Sabemos que a última flecha tem de ser mais certeira e eficaz. Isso se levarmos a sério a analogia com os índios.
Não tenho conhecimentos antropológicos para afirmar, apenas suponho que os índios não gostem de errar a última flecha, porque depois dela ou o bicho pega ou o adversário ataca.
Possivelmente, a última flecha de Janot ele vai arrancar de seu próprio corpo. Nada de excepcional numa longa batalha.
Os governistas sabem que a denúncia virá e servirá como uma espécie de marco da despedida de Rodrigo Janot do posto de procurador. Mas apostam que o clima mudou e ela será derrubada na Câmara, sem dificuldade.
Até ontem, as apostas majoritárias do mercado financeiro apontavam para uma Selic de 7,25% ao final do ano. Mas, com a inflação em níveis tão baixos, economistas começam a apostar em uma taxa ainda menor, até abaixo dos 7%.
Nada evitará que a figura de Janot venha a ser lembrada como a de um oportunista desastrado que não ficou conhecido pelo cuidado no manejo dos instrumentos legais a serviço de sua função.
Quem esteve com Janot nos últimos dia afirma que o procurador-geral já está decidido a revogar o benefício dado ao empresário e seus funcionários em razão da gravação entregue pela própria empresa.
O veredicto final sobre as consequências adotadas por Janot deve sair nesta sexta-feira. Ontem, os três executivos foram ouvidos na sede da Procuradoria, em Brasília. Nesta sexta, Miller será ouvido no Rio.