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PF deve começar no dia 18 maior greve da categoria
12/04/2007

Servidores da Polícia Federal devem anunciar nesta quinta-feira (12/4) a maior greve da categoria. A paralisação pode começar em 18 de abril, em todo o país, sem dia para terminar. Os policiais reclamam que o governo não os recebeu em audiência marcada para esta quarta-feira (11/4), como havia prometido, para discutir a reestruturação da carreira.

Os agentes federais já estão em estado de greve desde o dia 15 de fevereiro. O motivo alegado é o não cumprimento do acordo assinado no dia 2 de fevereiro de 2006, com o então ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos. O compromisso dizia que haveria um reajuste salarial de 70% dividido em duas parcelas, de 35% cada. A intenção dos policiais é diminuir a diferença salarial da categoria entre outros órgãos.

Na noite desta quarta, a Fenapef (Federação Nacional dos Policiais Federais), emitiu comunicado sobre a paralisação. “Vamos usar de nosso direito de organização e protestar para talvez, aí sim, sermos ouvidos. Vamos fazer greve sim. Vamos paralisar os serviços que prestamos nas delegacias Brasil a fora. Vamos intensificar as fiscalizações em portos, fronteiras e aeroportos, com o número de policiais que temos”, diz a carta.

Leia o comunicado:

“O governo federal protagonizou na tarde desta quarta-feira, 11, mais um capítulo da farsa em que se transformou o pagamento da segunda parcela da recomposição salarial dos policiais federais. Depois de nos deixar 10 anos sem reajuste salarial. Depois de embromar uma negociação que se arrastou por quase 18 meses. Depois de assinar um acordo e não cumprir. Agora o governo marca reuniões e ele mesmo não comparece, deixando os representantes de milhares de policiais federais esperando um encontro que, de antemão, os “assessores” do ministro do Planejamento Paulo Bernardo sabiam que não aconteceria.

Tínhamos esperança de mantermos o diálogo na busca de uma solução para o acordo que o próprio governo propôs e fomos mais uma vez enganados. Infelizmente essa atitude não nos causa mais estranheza. Afinal de contas porque alguém que comete estelionato com uma categoria inteira estaria preocupado em estar ou não numa reunião?

O que não entendemos é o porquê. Por que o governo insiste em afastar do caminho das negociações os policiais federais? Por que o ministro Paulo Bernardo, do PT de Londrina, que participou de todo o processo de negociação agora diz que o acordo assinado pelo ex-ministro Márcio Thomaz Bastos não vale. Será que ele esqueceu?

Se a intenção é empurrar os policiais federais para uma paralisação a fim de turbinar o projeto neofacista de proibição das greves no serviço público, bem senhor ministro, o senhor terá muito combustível.

Somos cumpridores das leis. Somos aqueles que o seu governo usou para dizer que estava passando o Brasil a limpo. Somos aqueles que defendem a sociedade dos caixas dois, dos colarinhos brancos, dos que querem fazer deste país uma extensão de seus interesses. Por sermos assim, e por termos um acordo assinado com o seu governo em nossas mãos, sabemos que nosso pleito é justo e vamos lutar por ele. Lembre ministro: O ACORDO FOI PROPOSTO POR VOCÊS NÃO POR NÓS.

Vamos usar de nosso direito de organização e protestar para talvez, aí sim, sermos ouvidos. Vamos fazer greve sim. Vamos paralisar os serviços que prestamos nas delegacias Brasil a fora. Vamos intensificar as fiscalizações em portos, fronteiras e aeroportos, com o número de policiais que temos.

De antemão pedimos desculpas à população pelos possíveis transtornos que possam ser causados. Estamos sendo empurrados para isso e não iremos ficar fazendo de conta que estamos negociando enquanto o governo ri da nossa cara.

Informamos aos policiais federais que o presidente da Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados, João Campos, já manifestou seu apoio aos policiais e destacou que a Comissão está aberta a ajudar nas negociações, caso elas efetivamente aconteçam.

Por fim conclamamos os policiais federais a procurarem seu sindicato ou entidade associativa para iniciarmos nossa mobilização e organizarmos a greve da próxima quarta-feira, 18.”

...

Claudio Julio Tognolli - Revista Consultor Jurídico


  

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