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Stripper virtual fatura mais do que dançarina de boate
27/12/2008

Lili começa seu expediente às 18h e só deixa o serviço às 2h. Ferramentas de trabalho: PC, conexão com a internet, webcam de 4 Mpixels e o corpo. Em uma noite, consegue arrecadar até R$ 300 sem sair de casa ou manter relações sexuais. O salário mínimo é de R$ 1.500 mensais, mas pode atingir mais de R$ 2.000, dependendo do ânimo da clientela. A capixaba de 29 anos trabalha com strip-tease pela internet, ramo promissor do mercado erótico, tanto pelos ganhos, quanto pela comodidade.

¨Muito homem está percebendo que é melhor brincar com isso na rede a fazer besteira e pôr o casamento em risco¨, diz a stripper virtual. Assim como as outras entrevistadas, ela cita apenas seu nome de guerra e afirma nunca ter feito programas. ¨Nem pretendo. Se eu não quiser realizar o show, é só desligar o MSN. Com garota de programa é diferente, acho perigoso.¨

O dinheiro que Lili e dezenas de mulheres -- e também homens e travestis -- levantam com apresentações de nudez na web ultrapassa, em média, a quantia atingida em um mês por strippers de casas noturnas. Evaldo Shiroma, presidente da Abeme (Associação Brasileira das Empresas do Mercado Erótico e Sensual) e criador da maior feira do setor no país, a Erotika Fair, aponta que o cachê base de uma dançarina de boate é de R$ 100. De acordo com ele, as strippers costumam fazer, no mínimo, cinco apresentações por semana.

Sem contar os gastos com locomoção e na própria boate, já perderiam na largada para as concorrentes virtuais. Lais, 26, do Rio Grande do Sul, consegue R$ 2.500 por mês. Seu segredo: ela também atua com o marido no MSN. Ex-professora de Magistério de 1ª a 4ª série, decidiu investir na web após ser demitida.

Por 30 minutos de show, cobra R$ 50. Acompanhada, o preço dobra. ¨O internauta escolhe e comanda tudo¨, diz. Os shows só começam após os depósitos serem feitos pela internet. Como o risco de calote é iminente, as garotas produzem blogs e sites para mostrar ¨credibilidade¨.

A página de Lili, por exemplo, explica que suas apresentações custam R$ 25 (10 minutos), R$ 35 (15 minutos), R$ 50 (20 minutos) ou R$ 70 (30 minutos). Essa última inclui fantasias de presidiária, empregada doméstica, bombeira, policial etc. ¨É tipo um filme pornô, só que nele o cliente é o astro, não um mero espectador¨, conta.

Das 7h às 18h, quando ela está fora do circuito, uma outra stripper virtual assume o posto, mas transmitindo da zona sul de São Paulo. Bruna, 40, adota um estilo de negócios menos profissional. Segundo ela, mais prazeroso. ¨Faço show há dez meses, mas me mostro na câmera há bem mais. Sempre tive essa coisa de entrar em chat de sexo, adoro. Daí pensei: ´vou começar a ganhar com isso´¨, explica. Salas de bate-papo e comunidades do Orkut são as avenidas de divulgação dessas profissionais.

Bruna (brunasexysp.blogspot.com) diz conseguir quantias entre R$ 600 e R$ 1.000 por mês, mas também trabalha com artesanato, o que permite um ritmo de apresentações menor. Prefere ¨brincar¨ com homens que também se mostrem na câmera. Tem cerca de 20 clientes fidelizados. Procuram seus serviços todo mês. É casada e tem um filho de 16 anos -- ¨eles não sabem, ficam fora o dia todo¨.

¨É bem mais barato do que uma prostituta ou uma stripper de boate. Se o sujeito quiser, me paga, vê o show, deleta e acabou¨, afirma. ¨Geralmente, são homens com mais de 30 anos, que não têm sexo na vida real, mesmo quando são casados.¨

A dançarina paulistana Chris Lima, 23, já se apresentou nas boates Enigma (Moema), Café Gauguin (Brooklin) e String Fellows (Itaim Bibi). Por 15 minutos de exibição com outra garota, ganha R$ 250. ¨A procura já caiu bastante em dezembro. Na primeira semana do mês, só fiz uma apresentação¨, conta. Chris explica que, normalmente, realiza três shows semanais. Já trabalhou pela internet e, ainda assim, prefere clientes reais a virtuais. A desconfiança e a concorrência na rede são os principais desafios, desabafa.

Teletrabalhadoras

De acordo com a Sobratt (Sociedade Brasileira de Teletrabalho e Teleatividades), o Brasil conta com cerca de 10 milhões de pessoas que desenvolvem atividades profissionais -- formais ou informais -- fora do ambiente de trabalho tradicional e com uso de tecnologia da informação e comunicação. ¨A balança do mercado vem pendendo para a valorização das relações relâmpago¨, pondera Ana Manssour, diretora-presidente da associação.

De olho nesse tipo de contato, mas com apelo tridimensional, a empresa britânica Novo desenvolveu a webcam Minoru 3D. Com aparência entre um robozinho e um vibrador, o aparelho custará cerca de US$ 90. Ele capta duas imagens e as mistura, de modo a tornar a transmissão mais realista.

¨O produto vai funcionar de forma fantástica para sexo virtual. Pensamos em um formato em que você possa usá-lo também como brinquedo erótico¨, diz Martin Illman, executivo de vendas da empresa. O ponto negativo é que o usuário precisa de óculos especiais para captar as cenas em 3D -- o que não chega a ser um acessório sexy. O brinquedo tecnológico não tem previsão para chegar ao Brasil, mas já está à venda no Reino Unido.

No entanto, lojas on-line já oferecem ao consumidor nacional desde vibradores para conectar ao PC por meio de porta USB (R$ 134) até simuladores de genitália feminina que, além de imitar a pele humana, interagem com o usuário por meio de jogos de computador (R$ 396). Há também o VibraPod, consolo que entra no ritmo do que se está ouvindo no tocador de MP3 (R$ 395).

A crescente monetização do sexo na internet desperta não apenas a atenção de empresas, mas também de psicólogos, que vêem na obsessão pelo virtual uma patologia.

¨A prática se torna doentia quando impede alternativas de relacionamentos reais¨, diz o psicólogo Oswaldo Rodrigues Jr., diretor do Instituto Paulista de Sexualidade. Para ele, é equivocado classificar esse tipo de estímulo como masturbação. ¨Mesmo que exista automanipulação genital, a condição é diferente, pois existe uma troca entre duas pessoas¨, diz.

De acordo com a psicóloga e terapeuta sexual Arlete Gavranic, do Isexp (Instituto Brasileiro Interdisciplinar de Sexologia e Medicina Psicossomática), as transas on-line são usadas por pessoas com ¨pouca liberdade para manifestar suas fantasias com o parceiro ou a parceira¨. Na rede, analisa, elas vivem uma transgressão segura. Podem ¨trair, fazer algo que consideram ilegal ou inadequado, pois de alguma forma se sentem protegidas no anonimato¨.

¨No Brasil, cada usuário desses sites soma, em um mês, 54 minutos navegando em busca de conteúdo erótico. É um tempo que dobrou em três anos, principalmente porque agora há mais vídeos do que antes¨, diz José Calazans, analista do Ibope/NetRatings.

De acordo com o especialista, sites de sexo são fundamentais para web como ¨indicadores de tendências¨. ¨Grandes inovações são apresentadas primeiro nesses sites. A própria adoção de webcams e vídeos surgiu primeiro neles, a troca de arquivos em redes P2P, as comunidades, e agora o uso de mapas¨, afirma.

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Diógenes Muniz - Folha Online

  

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