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TÁ LIGADO?
Novos celulares ensinam línguas e até ¨tocam¨ flauta
03/01/2009
Então o seu celular tem um estojo metálico de aço escovado e tem mais botões do que o cockpit de um avião. E daí? O novo símbolo de status é o que o seu celular consegue fazer: contar calorias, ensinar espanhol, simular uma flauta, arremessar um macaco em uma árvore.
Com o advento da tecnologia de toque na tela e redes sem fio mais rápidas, a nova concorrência e também a questão da novidade mais ¨legal¨ é que fazem circular os milhares de programas divertidos, excêntricos e, às vezes, úteis que rodam nos celulares. A popularidade dos aplicativos do iPhone, da Apple, vem provocando uma forte competição entre as fabricantes dos aparelhos Palm e BlackBerry, e mesmo o Google e a Microsoft.
É o prenúncio de uma nova era para o celular - ele não será mais um dispositivo de moda, mas uma cesta digital de truques. ¨Há um ano, ter um iPhone era algo especial, mas agora você precisa ter mais do que isso¨, disse Ames Katz, diretor executivo do Centro de Estudos de Comunicações Móveis. ¨Os aplicativos são um mundo selvagem, louco e maravilhoso, em que as pessoas ficam se vangloriando entre si.¨
Desde julho, a Apple já exibiu mais de 10 mil programas na sua App Store. Nove em cada 10 usuários do iPhone baixaram os aplicativos - mais de 300 milhões de downloads no total, incluídos atualizações de software e downloads repetidos. Alguns aplicativos são grátis (como o Stanza, que permite que você baixe e leia livros), enquanto outros custam em média de US$ 1 a US$ 10.
Outros ajudam os usuários a navegar em estradas, encontrar amigos e restaurantes e jogar jogos interessantes, incluindo um chamado ¨Sapus Tongue¨, em que o usuário sacode o aparelho para ver até que ponto ele consegue arremessar um macaco animado na tela.
Reconhecendo as oportunidades de negócios, as outras grandes empresas de celulares e software estão entrando nessa área. O Google introduziu recentemente no mercado o Android Market, onde vende aplicativos baseados no Android, seu sistema operacional para telefones celulares. No segundo trimestre deste ano, a Research in Motion pretende lançar uma loja de aplicativos para seus aparelhos BlackBerry. A Palm está pensando em reformular sua estratégia de software, enquanto a Microsoft está nos estágios iniciais de criação da sua própria loja para telefones que rodam o Windows Mobile.
Os usuários dizem que alguns programas podem até ajudar na produtividade, mas na maior parte do tempo são um desperdício de tempo e às vezes - quando exibem o enorme poder de computação dos celulares -, são surpreendentes.
Um aplicativo muito popular chamado Shazam permite que o usuário conecte o telefone a um rádio para identificar, em questão de segundos, que música está sendo tocada e por quem - e em seguida ele pode comprar a música no iTunes Store da Apple, é claro.
Os aplicativos também se tornaram uma espécie de moeda social, à medida que os usuários competem para encontrar a mais nova mania e exibir para amigos. Durante uma reunião, há duas semanas, Peter Szurley, advogado em San Francisco, usou o celular para quebrar o gelo. Num restaurante italiano, ao almoçar com um novo cliente, tirou do bolso o seu iPhone, colocando-o perto do lábio, e assoprou num microfone encaixado no aparelho, ao mesmo tempo que passava seus dedos sobre a tela do aparelho. E então se ouviu sons de uma flauta.
A aplicativo que ele estava exibindo é o Ocarina. Um programa que custa US$ 0,99 e que transforma o aparelho numa flauta digital. ¨Ele ficou assombrado¨, disse Szurley sobre seu cliente. ¨Ele tinha um BlackBerry. E você não consegue isso com um BlackBerry.¨
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Matt Richtel e Laura M. Holson - The New York Times
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