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Sai a lista dos 40 maiores "predadores da imprensa"
03/05/2010
Figuras polêmicas no cenário mundial, como o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad; o dirigente chinês, Hu Jintao; e o líder cubano, Raúl Castro, figuram em uma lista com os 40 "predadores da liberdade de imprensa", elaborada pela organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF).
São "40 políticos, oficiais de governo, líderes religiosos, milícias e organizações criminosas que não suportam a imprensa, tratam-na como inimiga e atacam jornalistas diretamente. Eles são poderosos, perigosos, violentos e acima da lei", diz a organização em seu site.
Os presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad; o ditador da Líbia, Muammar Gaddafi; e o dirigente norte-coreano, King Jong-il, foram escolhidos pelo grupo para ilustrar o anúncio da campanha de divulgação da lista dos "predadores".
A RSF divulga anualmente desde 2001 junto com o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa.
Muitos são figurinhas tarimbadas, que já aparecem em versões anteriores da pesquisa. Na América Latina, por exemplo, as quatro maiores fontes de ameaça e violência contra jornalistas continuam sendo os traficantes de drogas, a ditadura em Cuba, as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) e grupos paramilitares.
Representantes
Segundo a Repórteres Sem Fronteiras, houve poucas mudanças nos "representantes" da África, mas significativas mudanças nas relações de poder na Ásia e Oriente Médio.
Alguns conseguiram se safar da lista este ano. Por exemplo, o chefe dos serviços de inteligência da Somália, Mohammed Warsame Darwish, destituído em dezembro de 2008, e o SSS, serviço de segurança do Estado da Nigéria, que cedeu seu lugar na lista para a Força Policial da Nigéria, liderada por Ogbonna Onovo.
"Os policiais, mal treinados, são encorajados a usar violência contra jornalistas para que nenhum testemunhe suas operações", afirma o site da RSF.
No caso do Iraque, a RSF ressalta que a situação dos profissionais da informação "melhora aos poucos" e lembra que "a violência afeta mais a população em geral, e menos os jornalistas em particular". Por isso, os grupos islâmicos foram retirados da lista este ano.
As milícias privadas das Filipinas ganharam destaque, segundo a organização, após as forças do governo local massacrarem cerca de 50 pessoas, incluindo 30 jornalistas, na Província de Maguindanao em 23 de novembro de 2009.
Estreia
O mulá Mohammed Omar, chefe dos talebans, com influência no Paquistão e no Afeganistão, ganhou um lugar na lista por sua "guerra santa contra a imprensa livre, uma guerra para controlar a cobertura da mídia, [em que] cerca de 40 ataques tiveram como alvo diretos jornalistas e profissionais da mídia em 2009".
No Golfo Pérsico, o presidente do Iêmen, Ali Abdulah Saleh, estreia na lista. "Autoridades iemenitas se tornaram muito mais repressivas no ano passado, criando uma Corte especial para crimes de imprensa, ameaçando jornais e processando dezenas de jornalistas, numa tentativa de limitar a cobertura de guerras sujas em vigor no norte e sul do país", diz a RSF.
Outro estreante na lista de "predadores da liberdade de imprensa" é o presidente da Tchechênia, Ramzan Kadyrov, que recebe a reprovação da RSF por 'seus pontos de vista falsamente condescendentes sobre a liberdade de imprensa' que "não enganam ninguém".
A RSF relembra a morte de duas jornalistas críticas da forma como a Rússia trata a questão da Tchetchênia foram mortas -- Anna Politkovskaya, em outubro de 2006, e Natalia Estemirova, em julho de 2009 -- em atentados que, provavelmente, têm o "dedo" de Kadyrov por trás.
Veja a lista dos 40 "predadores da liberdade de imprensa" elaborada pela organização Repórteres Sem Fronteiras:
- Abdallah ibn Al-Saud, rei da Arábia Saudita
- Alexander Lukashenko, presidente de Belarus
- Ali Abdallah Saleh, presidente do Iêmen
- Ali Khamenei, líder supremo da República Islâmica do Irã
- Bashar al Assad, presidente da Síria
- Choummaly Sayasone, presidente do Laos
- ETA, organização separatista armada basca (Espanha)
- Força Executiva, braço armado do Hamas nos territórios palestinos
- Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia)
- Gotabhaya Rajapakse, secretário de Defesa de Sri Lanka
- Gurbanguly Berdymukhamedov, presidente do Turcomenistão
- Hu Jintao, ditador da China
- Ilham Aliev, presidente do Azerbaijão
- Islam Karimov, presidente do Uzbequistão
- Al Shabaab e Hizb al Islam, milícias islâmicas da Somália
- Força de Defesa israelense
- Issaias Afeworki, presidente da Eritreia
- Kim Jong-il, ditador da Coreia do Norte
- Mahmoud Ahmadinejad, presidente do Irã
- Mswati 3º, rei da Suazilândia
- Muammar Gaddafi, ditador e líder da Revolução da Líbia
- Mulá Mohammad Omar, chefe do Taleban no Afeganistão
- Grupos armados do Nepal
- Nong Duc Manh, secretário geral do Partido Comunista do Vietnã
- Nursultan Nazarbayev, presidente do Cazaquistão
- Ogbonna Onovo, chefe geral da Polícia da Nigéria
- Crime organizado na Itália
- Paul Kagame, presidente da Ruanda
- Milícias privadas das Filipinas
- Ramzan Kadyrov, presidente da Tchetchênia
- Raúl Castro, líder de Cuba
- Robert Mugabe, presidente do Zimbábue
- Cartéis de Sinaloa, Golfo e Juárez, no México
- Teodoro Obiang Nguema, presidente da Guiné Equatorial
- Than Shwe, chefe de Estado militar de Mianmar
- Forças de segurança da Autoridade Palestina, territórios palestinos
- Vladimir Putin, primeiro-ministro da Rússia
Yahya Jammeh, presidente da Gâmbia
- Zine el Abidine Ben Ali, presidente da Tunísia
- "Águias Negras", grupo paramilitar de extrema-direita da Colômbia
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