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TÁ LIGADO?
Aplicativo auxilia na identificação de inimigos naturais de pragas agrícolas
01/02/2018
Uma das maiores dificuldades para o produtor é identificar os inimigos naturais das pragas que atacam sua lavoura, especialmente para quem pretende utilizá-los como método de controle, pois esses aliados naturais podem ser confundidos com as próprias pragas.
Para facilitar a identificação, especialistas da Embrapa Agrobiologia (RJ) desenvolveram um aplicativo com o qual é possível acessar imagens dos agentes naturais de controle mais comuns. O Guia InNaté gratuito e está disponível para download na loja de aplicativos Google Play.
Com um smartphone em mãos, o produtor pode comparar um inseto coletado em campo com a galeria de imagens.
Além disso, pode ir para o campo, fotografar um inseto presente na sua lavoura e comparar no mesmo momento a foto tirada com a câmera do celular com as imagens da galeria do Guia InNat.
Além de fotos, o aplicativo contém informações sobre cada grupo de inimigo natural e sua função na natureza.
“De nada adianta a presença de insetos benéficos na lavoura, se o agricultor confundi-los com os que podem causar danos à plantação”, alerta a pesquisadora da Embrapa Alessandra de Carvalho Silva, especialista em controle biológico de pragas e uma das idealizadoras do aplicativo.
A galeria de imagens do Guia InNat contempla 13 famílias de insetos predadores e mais os parasitoides e as aranhas.
São inimigos naturais generalistas, ou seja, não são muito específicos e comem uma grande quantidade de insetos-praga.
A ferramenta possibilita, por exemplo, a identificação de um determinado inseto visto com frequência na lavoura.
“É também uma forma de o produtor saber se a área dele está bem ecologicamente. Se há mais inimigos naturais é porque o manejo está adequado”, explica Carvalho.
O fato de o aplicativo conter informações sobre o papel dos inimigos naturais como agente de controle ajuda o agricultor no momento de tomar decisões.
A joaninha, por exemplo, vem com a informação de que suas larvas e adultos se alimentam, preferencialmente de pulgões, cochonilhas, ácaros, moscas-brancas, larvas e também de ovos de diferentes insetos.
Portanto, se o produtor encontrar joaninhas em uma lavoura atacada por pulgões, ele saberá que brevemente a população da praga será reduzida, como explica a pesquisadora da Embrapa.
“O InNat pode facilitar o entendimento sobre quem são os vilões e quais os insetos benéficos para as lavouras”, enfatiza.
Se há lagartas na lavoura e o agricultor encontra o inseto conhecido por “tesourinha” na plantação, com o InNat em mãos, ele vai constatar que este é um inimigo natural muito útil.
“[Tesourinhas] São predadores de ovos, pulgões, moscas-brancas, lagartas pequenas…”, informa o aplicativo, que traz ainda dez fotos desse agente de controle.
Na dúvida, basta fotografar o inseto que está presente na lavoura e comparar com as fotos do aplicativo.
Alessandra Carvalho explica que as tesourinhas costumam ser temidas por algumas pessoas, por isso a importância do esclarecimento.
“As pinças que o inseto possui no final do abdome lhe dão uma aparência agressiva; se a pessoa não sabe o quanto ele pode contribuir para a redução de lagartas nas lavouras, uma vez que se alimenta dos ovos das mariposas, ele pode ser morto,” lamenta a cientista.
Para os produtores que fazem uso do manejo integrado de pragas (MIP), o aplicativo pode ser um facilitador.
A prática procura preservar e incrementar os fatores de mortalidade natural por meio do uso integrado de técnicas que visam manter a densidade de insetos abaixo de um nível que possa provocar dano econômico.
Um inseto fitófago (que se alimenta de plantas) só é considerado praga se causa dano econômico, antes disso não é necessária nenhuma medida curativa.
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ISTOÉ
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