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TEMA LIVRE : Coluna do Arquimedes
A importância do bom exemplo
11/08/2007
Estive lendo aqui neste canal cibernáutico e que ainda alimenta enquete afim em sua página de rosto, que o governo estadual teria concedido uma anistia, ampla, geral e irrestrita, de qualquer coisa parecida com R$240.000.000,00 ou, duzentos e quarenta MILHÕES de reais, à Cemat, concessionária dos serviços de geração de energia elétrica no Estado, hoje pertencente ao grupo Rede.
Também li na mesma ocasião, notícia de que haveria a possibilidade de o senhor governador de Mato Grosso, coincidentemente acionista majoritário do Grupo AMaggi, adquirir o controle acionário da assim adimplente Cemat, destarte transformando-se no maior fornecedor privado, de energia elétrica, em terras paiaguás.
Em artigo assinado por Eduardo Mahon, também aqui publicado, tive a oportunidade de ler, sobre o mesmo caso, o seguinte:
“Vamos imaginar que um governador que também é empresário, promova uma faxina fiscal numa empresa deficitária, com o passivo de duzentos e quarenta milhões de reais. E, quando o governador anistia o débito gratuitamente, o empresário aproxima-se para petiscar uma fatia do bolo ou o bolo inteiro. Noutras plagas, seria um crime inominável, uma das maiores fraudes fiscais ao tesouro público, sendo o erário golpeado pelo próprio gestor, agravada a pena pelo fato de que foi justamente na gestão do administrador que o empresário utilizou-se do poder inerente ao cargo para fazer um bom negócio para si mesmo”.
Não posso acreditar no que leio porque até então tenho tido o senhor Blairo Maggi, eleito e reeleito governador do Estado de Mato Grosso por livre iniciativa do eleitorado estadual, um cidadão acima de qualquer suspeita; é o conceito mínimo que deve fazer de seus governantes, o povo!
No entanto, considerando:
- o fato de que o Brasil tem navegado em águas turvas e mal cheirosas;
- que tanto a turbidez quanto o mau cheiro têm sido motivados por agentes políticos altamente patogênicos;
- que o patético desfilar de escândalos promovidos por vereadores, deputados, senadores, governadores e assemelhados já principiam a transformação da sensibilidade popular em calos amortecidos que impedem qualquer sensação de perda moral;
- que o engessamento das estruturas legais do país vem sendo promovido por efeito de interesses alheios aos interesses nacionais;
- e considerando que, ao que tudo indica, o brasileiro comum ainda seguirá - não por iniciativa própria, mas por inércia adquirida - encarando tais fatos como simplesmente históricos e de rotina, o que é péssimo para o país, para a democracia e para a própria cidadania, talvez a mais prejudicada nesse desrespeitoso acinte aos direitos coletivos,
- passo a manter de molho o que aos sessenta e um anos de idade ainda resta das minhas barbas, dos fios do bigode que sempre testemunharam a honra ao nome herdado da família, e as minhas esperanças em dias de honradez e de dignidade para o futuro do meu país e para as gerações de amanhã.
A imagem nacional está ferida de morte e essa batalha insana entre o moralmente correto e o que não é tolerável, embora rotineiro, não pode continuar!
Mas devo declarar, agora mesmo - e de público! - que não perdi, ainda, a confiança naquelas porções sãs do poder constituído nacional e da sociedade brasileira, atores principais do que poderá vir a ser, em futuro breve, o grande espetáculo da redenção política e da glória moral, do Brasil.
Quanto ao governador Blairo Maggi, imagino que mediante os fatos - verdadeiros ou não! - publicados, deva embasadas explicações ao povo de Mato Grosso e do Continente Americano.
O líder que não dá exemplos capazes de avalizá-lo não pode pretender que a razão permaneça ao seu lado.
...
*Arquimedes Estrázulas Pires é só um cidadão brasileiro
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