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Críticas Construtivas Se todo governante quer, por quê não?!!!

TEMA LIVRE : Léo Medeiros

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Cúmplices do sangue no asfalto
18/08/2007

Outro dia, falei na Rádio Cultura sobre o número real de infrações de trânsito cometidas diariamente - que é muito maior do que o número de ¨autos de infração¨ (multas...).

Ultrapassagens imprudentes, estacionamentos irregulares, invasões de faixa de pedestres, conversões proibidas, etc.

“Aqui em Cuiabá, os motoristas são extremamente educados, dão passagem ao pedestre assim que ele põe o pé na faixa, param onde existe uma placa de ¨Pare¨, não tentam ultrapassar todos que estão à sua frente, estacionam nos locais permitidos, trafegam no limite da velocidade estabelecida na via e o trânsito flui numa boa, sem estresse.”

OOOPS! Acordei.

Aqui na terra de Rondon, em breve, as leis da Física se farão notar na marra.

Ao contrário do que diz a propaganda, não existe a mais remota possibilidade de que, nos próximos cinco anos, cada cidadão do Município apto a possuir um automóvel, realmente passe a tê-lo.

O imaginário popular ainda associa status com automóvel.

Mas não só status.

Individualismo.

Ausência de regras.

Cada um por si.

O outro é um inimigo.

Essa estória de Estado mínimo apenas reforçou a hipocrisia de certos cidadãos, que vociferam contra a intromissão estatal em assuntos que, em tese, não lhe competiriam.

Os chatíssimos e criminosos movimentos : ¨contra os radares¨, “xô multas”, e outros, que contam com a desinformação e a ignorância do povo sobre o assunto, servem como exemplo.

Eles falam em nome de si próprios. Mentem deslavadamente.

Enquanto vociferam injurias a torto e a direito, morrem diariamente homens e mulheres.

Tais movimentos ¨pró-cidadania¨ gostam de se imaginar como ativistas da liberdade, mas não vão muito longe.

É só verniz.

São um bando de irresponsáveis.

Cúmplices do banho de sangue diário na calçada, nas ruas, no asfalto.

Tornou-se comum ouvir o cacarejar contra a suposta ¨indústria da multa¨; cuja finalidade seria única e exclusivamente multar o motorista ingênuo, de boa-fé e além de tudo de possuidor de caráter exemplar.

Uma vítima da tirania da Prefeitura, pelas mãos de seus terríveis prepostos, os ¨amarelinhos¨.

Esses ¨xerifes de Nothingham¨ não possuem o menor escrúpulo !!!

Ao menor erro do “cidadão de bem”, motorizado, uma pequenina desatenção, e, lá vem o fascista empunhando o nefasto bloco:

- Por favor, senhor... Pode sair de cima dessa senhora?

- Não senhor, a calçada é uma faixa a mais para a circulação de automóveis...(?)

- Como assim, ¨não fez nada¨? Isso aí é a faixa de pedestres. E esse é o meu pé!

- O senhor pode ser daltônico ou o que for, mas não lhe passou pela cabeça que, no semáforo, a cor de cima significa ¨PARE¨?

- Sabe esse círculo de metal preso no alto deste poste, bem em frente ao seu carro?

Sim, esse que consiste na letra ¨E¨ de cor preta, num fundo branco, tendo em sua volta uma borda vermelha e uma faixa diagonal também em vermelho??

Esses “amarelinhos” não educam, só sabem multar o inocente cidadão.

Em primeiro lugar, uma autoridade de trânsito que tem constrangimento em multar não deveria ser autoridade de trânsito.

É, também, oportuno lembrar que todo o processo educativo, necessariamente, deve conter limites e estes fiscalizados.

Portanto, a obrigação legal de fiscalizar o descumprimento do Código de Trânsito Brasileiro, faz parte do processo educativo.

São tantas e tão acintosas as tragédias no trânsito que quase se diria que o respeito à vida e à integridade física é a exceção e não a regra.

Com exceção é o dolo eventual e a regra e a culpa consciente.

Mas todos pressentem ou sabem que o futuro “dessepaíz” está seriamente
comprometido se esse estado de coisas perdurar.

São milhares e milhares de mortos e mutilados, vítimas dos delitos de trânsito.

São milhões de gastos públicos na recuperação dos mutilados.

A impunidade não pode continuar.

Trata-se de uma inviabilidade e um desrespeito à lei, defender primeiramente o processo educativo que é permanente e não tem fim para só depois multar.

Este tipo de marketing eleitoral é nefasto, supre-se da tragédia das famílias, muitas compostas de eleitores dos profetas do caos.

É preciso avançar, progredir, mas nunca, sobre a ruína de todas as tragédias.

Tenho dito!

...

Léo G. Medeiros, sob as bênçãos do Espirito Santo Paráclito



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